quinta-feira, 21 de julho de 2011

Entidades criticam aumento da taxa básica de juros


Diversas entidades de classes criticaram nesta quarta-feira a decisão do Banco Central de elevar pela quinta vez consecutiva a taxa básica de juros (Selic).

Em nota divulgada logo após o anúncio do governo, o presidente da entidade e deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) afirmou que o principal beneficiado pela medida é o mercado financeiro.

O Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a taxa de de 12,25% para 12,50%.

Segundo ele, a estratégia do governo de usar o argumento de que o aumento dos juros mantém a estabilidade da economia agrada o setor.

"Consideramos a inflação baixa essencial para os brasileiros. Mas repudiamos esta política que traz lucros vultosos apenas aos especuladores em detrimento da maioria. Repudiamos esta atitude do Copom de ignorar os custos desta política para a população", afirmou Pereira.

Para Rogério Amato, presidente da ASCP (Associação Comercial de São Paulo) e Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), a taxa básica deveria ter sido mantida, mesmo que fosse com um viés de alta.

"A taxa já está muito elevada e seu impacto vem se fazendo sentir mais na produção do que no consumo, além de contribuir para uma valorização ainda maior do real", criticou.

Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o aumento de juros intensifica o uso de instrumentos monetários no combate à inflação.

"O governo precisa adotar imediatamente medidas que amenizem os efeitos do aumento dos juros sobre a competitividade das empresas.Quanto mais essas ações demorarem, maiores serão os prejuízos para o país. Por isso, a indústria espera a inclusão de medidas efetivas de desoneração tributária na nova fase da política industrial", afirmou a confederação.

DESINDUSTRIALIZAÇÃO

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) apontou o risco de aceleração da desindustrialização que pode ocorrer com a decisão. "Poderemos ter perdas de postos de trabalho, agravando os sérios problemas que já enfrentamos com a competitividade brasileira", afirmou a entidade, em nota assinada pelo presidente da entidade, Paulo Skaf, que pede uma reflexão sobre o futuro do Brasil.

"Em vez de elevar os juros, o governo deveria adotar medidas que efetivamente reduzam a carga tributária, equilibrem a taxa de câmbio, melhorem a infraestrutura, diminuam o custo da energia e garantam isonomia entre a produção nacional e a estrangeira", afirmou Skaf.

Para a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), a decisão desta quarta-feira foi precipitada e incompatível com o cenário macroeconômico atual.

"Desde a última reunião do Copom, há 45 dias, todos os indicadores disponíveis ratificaram a desaceleração da atividade econômica e o arrefecimento da inflação, com os índices negativos ao produtor apontando para a continuidade deste movimento", afirmou a entidade.

A Firjan declarou ainda que a política monetária tem de considerar os efeitos dos ajustes fiscais nos países europeus, "uma vez que seus efeitos depressivos sobre a atividade econômica mundial devem coincidir com os efeitos defasados do recente ciclo de alta da taxa Selic sobre a economia brasileira".

Com informações do Valor Online.

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