segunda-feira, 18 de julho de 2011

Dilma conhece céu e inferno em 200 dias de governo



Depois de 100 dias de lua de mel e bonança, presidenta enfrentou crises políticas que derrubaram dois ministros em apenas um mês.

Nesta quarta-feira, Dilma Rousseff completará 200 dias à frente da Presidência da República tendo já experimentado alguns dos momentos mais doces, mas também alguns dos mais amargos no topo do poder. A presidenta passou por altos e baixos tendo reforçado sua liderança sobre o rumo da nação.

Ainda que permaneça certa turbulência no ambiente político, Dilma preserva elevado grau de popularidade para enfrentar o resto do mandato, que promete desafios maiores. No Congresso, temas fundamentais para o avanço do País, como reformas políticas e econômicas, terão de passar agora por uma base aliada errática e uma oposição mais articulada.

Ao fim dos seus primeiros 100 dias, o iG publicou uma série de reportagens especiais que mostravam como a presidenta começava a impor sua marca no governo, em um cenário ainda com nuances de lua de mel com os brasileiros.

ma nova série de reportagens mostra como esse cenário mudou. Na segunda metade desses primeiros 200 dias, Dilma enfrentou tamanha crise que teve de abrir mão de seu braço direiito, o então ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.

Mais recentemente, em outra série de denúncias, teve de demitir o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que havia sido herdado do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Nas crises, Dilma mostrou independência suficiente do antecessor para ratificar seu protagonismo no governo. Nos meses à frente, terá início a preparação do terreno para uma possível candidatura à reeleição. E, se 2014 parece ainda muito distante, as eleições municipais de 2012 já serão teste factível da desenvoltura política da presidenta perante os eleitores e os partidos apoiadores.

Embora as turbulências ainda estejam no ar, é nítido nos bastidores do poder que a presidenta Dilma se aproveitou dessas experiências negativas para reforçar suas posições à frente da Presidência da República, principalmente ao dar um caráter mais técnico do que político à sua gestão.

Se nos primeiros 100 dias de relativa bonança ela começava a imprimir sua marca, agora seu estilo prevalece em todas as decisões que saem do Planalto. Ninguém duvida que o ministério cada vez mais tem a sua a cara e não a de Lula. As negociações ganharam o espaço do compadrio sindicalista no Palácio do Planalto.

Com a queda de Palocci, Dilma trouxe uma mulher para chefiar a Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Outra mulher assumiu as relações com o Congresso: a ministra Ideli Salvatti, que em entrevista ao iG reconhece que negociar cargos é sempre necessário para a boa governabilidade.

Mesmo com essa sinalização mais afável aos partidos, é do Congresso que emanam as principais ameaças ao seu governo daqui em diante.

Parlamentares da base ameaçam criar novos custos ao governo se suas demandas não forem atendidas. Votações espinhosas, como o piso salarial dos policiais militares, estão previstas no segundo semestre.

No campo econômico, passado o temor maior de um descontrole inflacionário, Dilma começa a mostrar seu viés mais desenvolvimentista, trazendo à pauta temas microeconômicos como a proteção da indústria nacional, com o programa Brasil Maior, que deve ser lançado já no dia 2 de agosto.

Fonte: iG Brasília


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