quinta-feira, 9 de maio de 2013

Vitória do Brasil, mas não ainda dos brasileiros




Um brasileiro, o embaixador Roberto Azevêdo, foi eleito ontem diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), após vencer o mexicano Hermínio Blanco.

O governo do PT, com alguma razão, tentará obter todos os louros da vitória. Alega que o êxito é fruto de um longo trabalho de aproximação com países pobres e emergentes, ditaduras da Ásia e da África incluídos. Essas nações apoiaram o embaixador.

A conclusão é controversa porque o currículo de Azevêdo, para alguns analistas, já seria suficiente para conquistar o cargo.

De qualquer forma, é a primeira vez que os chamados países ricos não conseguiram indicar um presidente para a OMC.

Mesmo tendo conquistados cargos importantes como no caso da OMC ou também da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), as ações de política externa no País ainda não se transformaram em ganhos efetivos para os brasileiros.

Por exemplo, nos últimos 20 anos, o Brasil só fechou acordos bilaterais com três países: Israel, Palestina e Egito. Enquanto isso, no resto do mundo, houve outros 543 acordos laterais e regionais.

Nesse meio tempo, países como o Chile fecharam 21 acordos comerciais, o México, 13, o Peru, 12, e a Colômbia, 11. No caso da América do Sul, em boa parte embalados pelos tratados, Peru, Chile e Colômbia cresceram em média 5% em 2012. O Brasil, 1%.

De tudo o que se compra no mundo, apenas 1,3% são produtos brasileiros.

Mas, além de obviamente se preocupar com o Brasil, Roberto Azevêdo tem importantes missões na OMC. Uma delas é romper o bloqueio de países ricos com relação aos nossos produtos agrícolas, muito mais competitivos do que os deles.

Mas o Brasil também precisa fazer sua parte. O País é uma das economias mais fechadas do mundo. Apenas em subsídios para aquecer nossa indústria serão gastos R$ 150 bilhões no biênio 2013/2014.

Em um documento enviado à OMC, em abril, os governos de EUA, Japão e União Europeia deixam claro que consideram "preocupantes" as medidas adotadas pelo Brasil nos últimos meses em diversos setores e pedem explicações.

Enquanto isso, já estão em cursos negociações entre a União Europeia e os Estados Unidos que buscam um acordo para abranger transações comerciais que superam US$ 2 bilhões por dia. Só de remoção de impostos, os valores somariam US$ 180 bilhões anuais.

A primeira grande missão de Roberto Azevêdo será em Bali, em novembro. Terá como desafios diminuir entraves burocráticos ao comércio e questionar subsídios à agricultura.

Com um partido que defende de maneira aberta o livre-comércio, o Democratas deseja boa sorte a Roberto Azevêdo.  Que a vitória do Brasil seja de todos brasileiros.

Fonte: Assessoria Democratas

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