Integrantes do PSDB e do
Democratas classificaram nesta segunda-feira de "leviana" e
"irresponsável" a declaração da ministra dos Direitos Humanos, Maria
do Rosário, que creditou à oposição os boatos que circularam no final de semana
sobre o fim do programa Bolsa Família. Em seu perfil no Twitter, a ministra
escreveu na manhã desta segunda-feira que as informações deveriam ser "da
central de notícias da oposição".
"É
uma postura imatura de quem tem a ambição de representar o governo. Foi
irresponsável tentar atribuir à oposição este factoide que, segundo anúncio do
ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo), será investigado pelo
governo", afirmou o vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR).
O tucano disse que a ministra
agiu de forma "irresponsável" ao se antecipar à decisão do próprio
ministro da Justiça que determinou a abertura de inquérito para apurar o caso.
Para ele, a fala dela tem por trás um "objetivo eleitoral", ao tentar
fustigar a oposição com essa suspeita.
O líder
do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), acusou o PT de ter
"know-how" de fabricar boatos. "Que central de boatos é essa? E
que autoridade tem a ministra, membro do PT, de ser fabricante de boatos",
disse Ferreira, em discurso na tribuna do Senado. O tucano lembrou o escândalo
dos aloprados, no qual, nas eleições de 2006, integrantes do PT foram presos
acusados de comprar um dossiê fajuto que tentava ligar o ex-governador José
Serra (PSDB) à máfia dos sanguessugas.
O líder
do PSDB disse que uma ministra de Estado, pelo cargo que ocupa, tem obrigação
moral e ética de ter circunspecção com as palavras. "Não se recomenda
ninguém a falar demais. Quem fala demais, dá bom dia a cavalo", criticou
ele, que se disse perplexo e profundamente indignado. Ele declarou que, embora
ela tenha dito que não queria politizar a questão, já politizou.
"Isso
é próprio de quem considera que a oposição não é parte do jogo
democrático", afirmou o líder do PSDB. "Não terá sido um ato do
próprio governo para se vitimizar?", questionou em plenário o presidente
do Democratas, senador Agripino Maia (RN).
Em
nota, o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), também classificou de
"irresponsável" a declaração da ministra. "Quem manipula
informações sobre o programa são os governistas que, em épocas de eleição,
afirmam que, caso a oposição seja eleita, vai pôr fim a ele", disse
Freire.
"A
oposição brasileira é muito responsável e não faz esse tipo de coisa; já a
ministra é de uma irresponsabilidade que não tem tamanho, para falar em nome do
governo e dizer essas aleivosias", declarou Freire, ao rechaçar as
acusações.
Fonte: Estadão.com.br
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