“Propaganda e mistificação”. É o que conclui o
ex-governador Paulo Souto quando compara o texto edulcorado sobre a seca do
Balanço de Seis Anos do Governo do Estado com a avaliação técnica da Federação
de Agricultura do Estado da Bahia (Faeb) sobre as consequências da estiagem no
território baiano.
“Enquanto o Governo do Estado afirma em seu
compêndio de ilusões que o alto investimento na oferta de água minimizou os
efeitos da seca e a estratégia de convivência com o semiárido se tornou uma
realidade em nosso estado, classificando
de estruturantes a construção de cisternas, a Faeb expõe a realidade de um
prejuízo de R$ 4,6 bilhões ao setor agropecuário e a queda de 9% do PIB do
segmento em 2012”, diz Souto.
Para ele, o Balanço do Governo contraria totalmente
os fatos apresentados pela Faeb, que calcula entre cinco a 10 anos para a
recuperação dos prejuízos. “Apesar da morte de mais de 800 mil bovinos, perdas
de 60% da produção de café, 70% de leite e 90% da colheita de feijão e milho, o
Governo do Estado diz que 'o
setor agropecuário resistiu às dificuldades da seca e demonstrou estar
fortalecido para resistir as adversidades do clima, graças à consolidação das
medidas de convivência com o semiárido implantadas nos últimos seis anos'”.
Deixa estupefato o ex-governador Paulo Souto a
mistificação produzida pelo Governo do Estado no Balanço de Seis Anos. “Para o
governo, ninguém perdeu a produção, o rebanho não foi dizimado, os projetos de
irrigação não tiveram o suprimento de água suspenso, não houve racionamento
para o abastecimento humano, porque, pelo jeito, o que vale não é a realidade,
mas a propaganda”.
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