quinta-feira, 27 de junho de 2013

Os porquês do desastre




Foram os fatores da maior trapalhada do século no Brasil:

Um governo prepotente e surdo às críticas.

Um governo que se move a partir do marqueteiro de campanha da presidente.

Um governo com 39 ministros, mas todos com menos poder do que o tal marqueteiro.

Um governo que não costuma ouvir nem mesmo os aliados da base de sustentação e isola o vice-presidente da República.

Um governo que se acostumou a fazer propaganda de obras antes que elas se tornem projetos, e nunca as entrega.

Um governo incapaz de perceber que o crescimento econômico obtido se deve tanto a fatores internacionais do que decisões internas; que se acha o único responsável por qualquer caso de sucesso ocorrido no Brasil.

Um governo incapaz de perceber, portanto, que os altos índices de popularidades obtidos possuem razões que fogem de seu controle.

Um governo incapaz de reconhecer que as gestões anteriores também construíram o Brasil.

Um governo que passou a confundir consumo com cidadania.

Um governo que anestesiou certos grupos, denominou-os movimentos sociais, e deixou de lado as demais parcelas organizadas e (desorganizadas) da sociedade.

Um governo com a maior base parlamentar de todos os tempos, mas incapaz de promover reformas no Estado.

Um governo que considera a oposição como inimiga e não como adversária.

Um governo controlado por um partido que jogou fora suas antigas ideias e ainda tem dificuldade de se adaptar às novas.

Um governo que quando defrontado com más-notícias culpa os mensageiros, os meios de comunicação.

Some-se a esse governo:

Uma revolta popular gigantesca e difusa. Contra tudo e todos.

Um país ressentido por tanta propaganda e péssimos serviços públicos.

A volta da inflação a corroer a renda dos mais pobres.

A estagnação do crescimento econômico.


O que faz a presidente desse governo frente a essa situação?

Propõe uma Assembleia Nacional Constituinte por meio de um plebiscito para discutir reforma política levando em conta principalmente o que diz o marqueteiro e um ex-presidente notório por ser antes de tudo um marqueteiro.

Propõe algo complexo e juridicamente controverso sem ouvir nenhum jurista ou especialista a área.

Sempre levando em conta o marketing, propõe essa Assembleia Nacional Constituinte por meio de cadeia de rádio e televisão, com a presença de governadores e prefeitos da capital, convocados a Brasília.

Tenta tirar a responsabilidade de si, jogando as soluções dos problemas para o Congresso.

O que ocorre depois?

A começar pela oposição, uma saraivada de críticas justas sobre a ilegalidade da proposta, os riscos da medida, o populismo do anúncio.  

As críticas se alastram entre os integrantes da base aliada e do próprio governo.

Juristas, analistas, engrossam o coro.

As ruas não se movem para apoiar a proposta, como sonhava o governo.


Resultado:

O governo, talvez pela primeira vez, percebe que errou.

Um recuo vexaminoso que ficará marcado como uma das maiores equívocos da história do Brasil.


A desmoralização definitiva de um governo tão obcecado em se autopromover que se esqueceu do País real. 

Fonte: Imprensa Democratas 

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