A semana que passou foi bastante ruim para o governo. A inflação
continua em alta, o PIB mal saiu do lugar e os juros subiram mais uma vez.
O governo, por meio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, já indicou
que não sabe o que fazer a curto prazo. As autoridades não admitem, mas também
não há grandes planos para médio e longo prazo, fora tentar vencer as eleições
de 2014.
Falta dizer, entretanto, que há uma questão de base para todos os
problemas conjunturais e estruturais das dificuldades econômicas do Brasil: a
ausência de competitividade.
Em uma economia cada vez mais integrada mundialmente, estamos nos
mostrando péssimos jogadores. Não temos investido nos fundamentos para competir
e nos desenvolver.
São estradas em péssimas condições, hidrovias que não saem do papel,
aeroportos obsoletos, portos vagarosos tanto no embarque como desembarque,
falta de qualificação da mão de obra, burocracia gigantesca, carga tributária
nas alturas e preços elevados para os mercados internos e externos.
Uma consequência dessa péssima estrutura foi a queda do Brasil em mais
um ranking, dessa vez da competitividade.
Relatório divulgado semana passada na Suíça indicou que o Brasil é um
dos países menos competitivos do mundo. De 2012 para 2013, caiu do 46º para
o 51º lugar entre 60 nações analisadas. Na comparação entre o
ano passado e 2011, o Brasil já havia recuado duas posições no ranking.
O relatório, chamado IMD World Competitiveness Yearbook, analisa as
ações de cada país na busca por mais prosperidade em quatro áreas: desempenho
econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura.
A liderança da lista foi ocupada pelos Estados Unidos, que desbancaram
Hong Kong e voltaram ao topo, enquanto que a Venezuela é o menos competitivo
dos países pesquisados.
Quando o ranking começou a ser compilado, em 1997, o Brasil ocupava a
34º colocação entre 46 países.
No período, entre as nações que mais ganharam posições (cinco ou mais)
no ranking estão China, Alemanha, Coreia do Sul, México, Polônia, Suécia,
Suíça, Israel e Taiwan. Brasil, Argentina, Grécia, Hungria, Portugal, África do
Sul, registraram as maiores quedas.
Entre os Brics, apenas a África do Sul está em pior colocação do que o
Brasil, ao perder a 50ª posição do ano passado para ficar em 53ª este ano. A
Índia caiu do 35º para o 40º lugar. Subiram no ranking a China, que passou do
23º para o 21º lugar, e a Rússia, que foi do 48º para o 42º.
A principal razão da decadência do Brasil, de acordo com os responsáveis
pelo estudo: a falta de reformas econômicas. De fato, o governo do Partido dos
Trabalhadores deixou de lado uma agenda de reformas iniciadas na gestão FHC.
“O Brasil deixou de fazer reformas importantes que, se postas em
prática, poderiam aumentar a competitividade do país frente a outras nações do
globo”, afirmou à BBC Brasil o diretor do centro de
competitividade mundial do IMD, Stéphane Garelli.
Ao invés de investir na produção, nos últimos anos o governo resolveu
focar no consumo. O resultado é que setores produtivos que geram
desenvolvimento foram abandonados.
Com o PT, o Brasil, no final das contas, segue como a terra das reformas
não concluídas, dos altos impostos, da inauguração das obras que não ficam
prontas e das que ficam prontas, estragam, mas raramente são consertadas.
Fonte: Assessoria Democratas
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