Em uma democracia, pode-se dizer que as vaias às autoridades são
quase inevitáveis. Refletem certo descontentamento com o trabalho dos
administradores, com os serviços públicos, com a qualidade de vida.
No caso dos eventos esportivos, as vaias podem significar também
um protesto bem-humorado da população contra qualquer um que quiser se
aproveitar da festa.
E a vaia contra a presidente da República, Dilma Rousseff, no
último sábado, em Brasília, na partida entre Brasil e Japão na abertura da Copa
das Confederações? Qual foi a razão?
Cada uma das milhares de pessoas que vaiou a presidente possui
suas razões em particular. Porém, motivos é que não faltam para protestar,
pacificamente, contra Dilma Rousseff e, sobretudo, o seu partido, o PT.
Abaixo, apenas uma pequena lista de motivos, entre muitos outros,
pelos quais os apupos podem ser justificados:
Primeiro motivo: o governo desprezou
por meses os sinais de que a inflação pode estar voltando. O resultado é que
apenas a alta de preços do último ano fez 22 milhões de brasileiros voltarem
para abaixo da linha da miséria.
Segundo motivo: a promessa era de
que não haveria grande quantidade de recursos públicos na construção dos
estádios para a Copa. Nada disso ocorreu. Apenas em Brasília foram R$ 1,5
bilhão principalmente de dinheiro do governo do DF na reconstrução do estádio.
Sem falar que a maioria das obras de mobilidade urbana não será entregue no
prazo correto - se ficarem prontas um dia.
Terceiro motivo: após ter como mote
de campanha o discurso agressivo contra as privatizações, o governo não só
privatiza, mas também utilizará o dinheiro para obter superávit primário.
Quarto motivo: prometidas para
2010, as principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento mal saíram
do lugar no governo Dilma Rousseff. Ações como a transposição do rio São
Francisco, a refinaria Abreu e Lima, a ferrovia Transnordestina, e muitas
outras, estão melancolicamente paralisadas.
Quinto motivo: o partido de Dilma,
o PT, com certeza, merece uma grande vaia ao tentar obsessivamente controlar os
meios de comunicações. O objetivo oculto, como se sabe, é não deixar passar as
denúncias contra o próprio governo ou mesmo contra seus próprios integrantes,
vide o caso dos mensaleiros.
Sexto motivo: o crescimento do
Produto Interno Bruto brasileiro na era Dilma é um vexame internacional. Na
América do Sul, ano passado, fomos melhores apenas do que o Paraguai. Este ano
iremos superar apenas a Venezuela.
Sétimo motivo: por ter abandonado
o modelo macroeconômico que garantiu a estabilidade financeira do Brasil por
quase duas décadas. Estamos com baixa taxa de investimento, déficit externo
crescente, contas públicas deterioradas, e credibilidade abalada.
Oitavo motivo: por desprezar os
verdadeiros responsáveis pela prosperidade no Brasil como os produtores do
campo. Por deixar o País pouco competitivo, sem condições de competir tanto no
mercado interno quanto externo.
Nono motivo: por, na verdade,
nunca ter feito um combate sério contra corrupção e ter recebido de volta
praticamente todos os demitidos na ilusória faxina ética de 2011.
Décimo motivo: por ignorar
solenemente os principais problemas e tentar culpar a oposição pelo clima de
insatisfação que cresce no Brasil.
Fonte: Assessoria Democratas
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