A
Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia vive um dos momentos mais
emblemáticos, ao longo dos seus 120 anos de história: uma paralisação
estudantil – nascida das insatisfações e anseios do corpo discente desta
unidade de ensino – em decorrência da situação de abandono e descaso pelo qual
passa esta prestigiada instituição.
Padecemos
em muitos aspectos, desde questões básicas de funcionamento como anormalidade
no fornecimento de água e a situação caótica dos banheiros (sem portas, papel higiênico,
sabão liquido e limpeza periódica) passando pelas deficiências de infra-estrutura
predial, com a instabilidade do sistema elétrico, falta de acessibilidade aos
portadores de necessidade especiais e a necessidade urgente de reformas, visto
que o prédio atual foi construído na década de 60, sem ter havido grandes intervenções
até a presente data.
As
principais reinvindicações do movimento enfatizam a melhora da vida acadêmica do
campus, como a contratação de novos professores – para atender a demanda atual
e crescente dos alunos – bem como ampliação e realização do acervo bibliográfico,
que hoje é insuficiente e se encontra bastante defasado. Além disso, exige-se
que o funcionamento dos órgãos universitários ocorra no período da noite,
devido à existência de aula do curso noturno, e a transparência das contas da
Faculdade, com a exposição dos relatórios e demonstrativos financeiros.
Em
assembleia realizada às 19h desta sexta-feira (23/03/2012), os estudantes
deliberaram acerca da continuação da paralisação até a próxima terça-feira,
onde haverá uma reunião com o Conselho Superior da UFBA, composto pela Reitora,
Diretores da Unidade, além da representação dos técnicos administrativos e
discentes da universidade.
A
parti daí, pretende-se continuar o movimento, que é extremamente legitimo e vem
sendo conduzido de maneira organizada e pacifica pelos seus membros, mas sem a
ocorrência de paralisação das aulas. Continuaremos a pressionar a gestão politicamente, para que sejam efetivados os compromissos administrativos assumidos ao longo da paralisação, e se necessário recorreremos "a via judicial, onde já existe Inquérito Civil no Ministério Público para apurar as possíveis irregularidades.
Sem duvidas, esse fato deixará marcas positivas para a Faculdade de Direito e para o movimento estudantil da Bahia, demonstrando que nossa força consiste na coesão e unidade, em torno de pautas específicas e justas.
David Farias, graduando em Direito da UFBA e membro
da Juventude DEMOCRATAS.
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