Primeiro colocado
nas pesquisas de opinião, o deputado baiano ACM Neto tenta costurar uma aliança
com tucanos e peemedebistas para impedir o PT do governador Jaques Wagner de
fazer a dobradinha estado e capital. Candidato a prefeito em 2008, o democrata não
chegou ao segundo turno, e acabou apoiando a reeleição de João Henrique, então
no PMDB. "As coisas estão mais difíceis aqui. Acredito que, acima de tudo,
a tarefa do próximo prefeito será resgatar a auto-estima da capital",
disse, em entrevista ao jornalista Marcelo Osakabe, da Revista Época.
Pergunta - A sua candidatura é irreversível?
ACM Neto - Não, eu ainda não oficializei a minha candidatura. Esta é a fase
em que conversamos com os partidos políticos em Salvador. Qualquer anuncio
ocorrerá depois que eu conseguir me entender com eles.
Pergunta - Como andam as conversas com PSDB e PMDB?
ACM Neto - Converso com eles há algum tempo. O PSDB pode lançar Antônio
Imbassahy, que é extremamente qualificado, e o PMDB tem Mario Kertz, também
muito capaz. É legítimo que cada partido tenha seus interesses, e a oposição
está muito bem servida de nomes. Agora, o que tentamos é nos entender para quem
sabe ter apenas um nome represente no primeiro turno. Pode ser que não seja
possível. O importante é que a oposição consiga levar a prefeitura.
Pergunta - O senhor já procurou outras siglas?
ACM Neto - Sim. Conversei com PR, PSC, PPS, PDT e PV. Com alguns, a
conversa está mais adiantada, mas se revelar agora posso prejudicá-los. Os
democratas contam com possibilidades amplas de alianças e não se limitam apenas
a PSDB e PMDB.
Pergunta - O senhor foi candidato em 2008 e perdeu. O que mudou
desde então?
ACM Neto - As coisas estão mais difíceis aqui. Salvador perdeu sua
importância política, social e econômica. A auto-estima das pessoas está em
baixa. Acredito que, acima de tudo, a tarefa do próximo prefeito será resgatar
a auto-estima da capital. Reposicioná-la como a terceira capital do país, não
apenas em tamanho, mas em crescimento econômico, qualidade dos serviços
públicos e diminuição das desigualdades sociais. Vamos precisar de um choque de
gestão.
Pergunta - E o que o senhor pensa em fazer?
ACM Neto - Cada coisa com o seu tempo. Ainda estamos conversando com outros
partidos. Mas já iniciamos as discussões sobre a administração municipal.
Estamos buscando pessoas qualificadas em todo o país para fazer parte do nosso
projeto.
Pergunta - Pode adiantar algo?
ACM Neto - Temos duas prioridades. A primeira é pensar um modelo de gestão
para a cidade, com descentralização administrativa e economia de recursos para
retomar a capacidade de investir, que hoje é quase nula. Segundo, precisamos de
soluções na área de desenvolvimento urbano que possam repensar o desenho da
cidade. As últimas gestões foram focadas em problemas circunstanciais. Enquanto
isso, a cidade cresceu desordenadamente e criou outros problemas, como o transito. O
turismo está estagnado na cidade. Salvador já vem declinando há algum tempo
nesse quesito. Por um lado, temos um passivo de abandono do centro histórico e
os cartões postais, que são responsabilidade do governo do estado, e um aumento
da violência, que afugenta os turistas. Por outro, a cidade não te sido capaz
de se reciclar e de apresentar novidades. Temos que cuidar dessas duas frentes,
até para não perder essa oportunidade que será a copa do mundo. Se não
corrermos para fazer tudo o que precisa ser feito, ela pode ser um tiro no pé.
Fonte: www.acmneto.com
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