Presidente do
Democratas e líder no Senado, José Agripino Maia (RN) conduz o partido na
missão de crescer nas eleições municipais deste ano. Fundador do ex-PFL, Maia
diz que há espaço ideológico para o Democratas na política: a centro-direita.
Abaixo a íntegra da entrevista concedida pelo democrata ao jornal O Globo.
Pergunta - Como o senhor vê a redução do partido, que já foi o
maior do país?
Agripino - A situação de
hoje é uma coisa, a perspectiva de futuro é outra. Hoje, o Democratas é um
partido depurado. É um partido que perdeu nomes, mas manteve sua essência. Hoje
o DEM é menor, mas se fala mais de nós do que de vários partidos com mais deputados
que nós.
Pergunta - E o capital eleitoral?
Agripino - Tivemos lideranças que perderam as eleições, mas não o capital
político. Marco Maciel, Heráclito Fortes, José Carlos Aleluia continuam
atuando. Todos eles ainda mantêm sua força e sua respeitabilidade.
Pergunta - Muitos parlamentares falam que caso a eleição deste
ano for ruim, a fusão é inevitável.
Agripino - Falar em fusão agora é uma piada de mau gosto. Por que devemos
prever um mau resultado quando a perspectiva é positiva? Nós lideramos as pesquisas
em Aracaju, Salvador, Macapá, Mossoró, Feira de Santana... Nós temos todas as
condições de sair dessas eleições maiores do que entramos.
Pergunta - O fato de ter ficado os últimos nove anos na
oposição, depois de décadas como governo, foi decisivo para a redução da
legenda?
Agripino - Não posso negar que o êxito das políticas públicas do governo
Lula tenha impedido a reeleição de muitos dos nossos.
Pergunta - Ainda há espaço ideológico para o partido?
Agripino - Nosso papel na política brasileira é especial. O espaço que nos
está reservado é o da centro-direita, com ideias liberais. Este é um país que
está ficando menos competitivo a cada dia. Esse tamanho do Estado brasileiro, a
enorme carga tributária e o aumento do gasto público são inviáveis no longo
prazo. E nós temos de cumprir o papel de denunciar esses fatos.
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