Falta
de segurança, de atividades culturais, a convivência com problemas
sociais e a retração típica do período de baixa estação, são os principais
responsáveis pela baixa nas vendas e diminuição da frequência de
baianos e turistas no Pelourinho, segundo relatos de empresários da
região.
De
acordo com Maria das Dores Sena, dona de uma loja de joias no Pelourinho, o
processo de decadência vem acontecendo gradativamente nos últimos cinco
anos. Segundo a empresária, o movimento teve uma queda de 80% e o
quadro de vendedores passou de 33 para 12. “Inclusive estamos pensando na
possibilidade de não abrir aos domingos para reduzir custos.
O poder público precisa olhar com carinho para o maior cartão-postal de
Salvador . O plano inclinado, por exemplo, está sem funcionar há mais de um
ano. É preciso realizar um trabalho social forte e também
preparar os vendedores ambulantes para receber os turistas, não
afasta-los. Infelizmente muitos turistas e a própria população baiana
estão se negando a visitar o Pelourinho depois de presenciar o quadro de
abandono cultural e humano do local,” afirmou.
Para
o empresário Roberto Teodoro Santos seria importante se houvesse uma
programação fixa no Pelourinho o ano inteiro e não apenas em períodos festivos.
Teodoro destaca também que nos últimos meses houve uma melhora na
segurança. Porém, salienta que as péssimas condições de funcionamento do
elevador Lacerda e fechamento do Plano Inclinado também tem contribuído
bastante para a queda do movimento na baixa estação.
“
Estou com um dos restaurantes na Praça Quincas Berro D´ Água fechado há um ano
devido a falta de programação no local. É preciso pensar em uma agenda para o
ano inteiro e viabilizar o acesso de baianos e turistas ao Pelourinho”, afirma.
Na
opinião de Clarindo Silva, coordenador do projeto cultural Cantina da Lua, quem
lidera revitalização do Centro Histórico são os eventos culturais de qualidade
que levam os turistas para conhecer o Centro Histórico.
“Eu
não concordo quando se fala que o Pelourinho é inseguro porque eu desconheço o
bairro que tenha policiamento 24 horas por dia. Infelizmente o problema do
Pelourinho é a questão social, que é de responsabilidade dos órgãos públicos e
da sociedade como um todo”, justifica.
Clarindo
faz uma crítica a obstrução das principais vias de acesso do Centro Histórico e
a grande quantidade de pedintes, como sendo um dos entraves para a expansão do
turismo no Centro Histórico.” O Pelourinho é o coração do Brasil, e é preciso
muito mais que uma programação cultural para que todos visitem o espaço
sem a sensação de insegurança”, destaca.
Fonte: Tribuna da Bahia
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