O
senador Aécio Neves (PSDB-MG) deve assumir o comando nacional do PSDB a partir
do ano que vem. Seu nome foi lançado formalmente ao posto por dirigentes da ala
mineira do partido e, mesmo aliados de José Serra, seu adversário interno, admitem
que, se Aécio quiser, será presidente do PSDB.
O
senador é a principal aposta dos tucanos para disputar a Presidência da
República em 2014. A ideia é usar o espaço institucional que ele teria como
presidente da sigla para antecipar sua apresentação, especialmente nas regiões
Norte e Nordeste.
Como
comandante do PSDB, Aécio poderá usar 40 propagandas semestrais na TV a que o
partido tem direito para divulgar suas plataformas.
Procurado,
Aécio não negou a articulação. Disse, via assessoria, que não está
"pleiteando" a presidência do PSDB, mas que não "tomará nenhuma
decisão sem antes consultar FHC, Sérgio Guerra, o governador Geraldo Alckmin
[SP] e José Serra".
O
tucano só não ficará com o cargo se optar por emplacar um aliado de sua estrita
confiança, que seguisse suas orientações. Segundo alguns tucanos, com essa
composição Aécio teria mais flexibilidade para tocar as negociações por
alianças em 2014.
A
articulação para emplacar o senador mineiro no comando da sigla tem o apoio do
atual presidente da sigla, deputado Sérgio Guerra, e foi oficializada pelo
presidente do PSDB em Minas Gerais, deputado Marcus Pestana.
"Se
depender de mim, Aécio será meu sucessor", disse Guerra à Folha ontem.
Em
artigo publicado anteontem no jornal mineiro "O Tempo", Pestana
defendeu que o partido realize um congresso nacional no primeiro semestre do
ano que vem para redefinir seu programa --parte da agenda de
"renovação" pregada pela sigla.
"Poderíamos
culminar na convenção nacional com a eleição de Aécio Neves para a presidência
nacional do partido, apontando claramente, sem nenhuma ambiguidade, que o PSDB
travará o bom combate em 2014", diz o deputado, no fim do texto.
Em
outubro, Pestana sugeriu em texto entregue a Sérgio e ao ex-presidente FHC,
diretrizes para a realização do congresso tucano, mas não mencionou a condução
de Aécio à chefia da sigla.
ALA PAULISTA
Nesse
texto, Pestana sugere que o partido promova encontros estaduais e municipais
para redefinir sua bandeira. A propostas é muito semelhante às apresentadas,
este mês, por duas alas do PSDB paulista. Todos os documentos defendem a
"renovação" do partido e atualização de suas propostas após os
debates com as bases.
Em
São Paulo, a pauta da renovação no PSDB ganhou força após a derrota de Serra na
disputa à prefeitura este ano. Aécio pregava a "refundação" da sigla
desde a derrota do rival para a presidente Dilma Rousseff, em 2010.
Se
em 2010 Serra saiu enfraquecido da eleição, o naufrágio deste ano lhe tirou
ainda mais fôlego. Nos bastidores, serristas defendem, que o melhor seria
buscar uma composição com Aécio. Mas não sabem se Serra faria isso.
"É
cedo para falar em sucessão, mas não há nada a se estranhar. Aécio é um nome de
exposição nacional, que poderia vir a ser [presidente da sigla]", disse o
ex-governador Alberto Goldman, do grupo de Serra.
Fonte: Folha de S. Paulo
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