O crescimento de apenas 0,6% do
Produto Interno do Brasil no terceiro trimestre de 2012 em comparação com os
três meses anteriores conseguiu ser pior do que as previsões mais pessimistas.
Acreditava-se que o índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) na última sexta-feira ficaria entre 0,9% e 1,4%.
Com esse baixo ritmo de crescimento da economia, o PIB
do ano atual deve ficar apenas em 1%. Entidade do porte da Confederação
Nacional da Indústria prevê um avanço menor: de 0,8%.
Não custa mais uma vez lembrar de que a previsão do
ministro da Fazenda, Guido Mantega, era de 4,5%. O ministro ainda zombou de
quem não era tão otimista. Considerou “piada” o PIB de 2% para 2012 estimado
por economistas do banco Credit Suisse.
Tudo indica que o PIB brasileiro será o segundo pior
da América Latina. Estaremos à frente apenas do Paraguai.
Na confrontação com os chamados Brics, estamos na
lanterna do crescimento. Na comparação do PIB do terceiro trimestre com igual
período do ano anterior, o crescimento brasileiro de 0,9% ficou atrás da China
(7,4%), Índia (5,3%), Rússia (2,9%) e África do Sul (2,3%).
As revisões para baixo já transbordaram para 2013. O
esperado crescimento de 4% no próximo ano já pode ser inferior a 3,5%.
O índice de 0,6% do crescimento trimestral do Brasil
se deve principalmente à queda nos investimentos (-2%) e a paralisação nos
serviços (0%), o maior componente do PIB. A boa notícia é que houve recuperação
na indústria de transformação (1,15%) e bom desempenho da agropecuária (2,5%).
No caso do consumo, um dos índices mais importantes
para projetar a popularidade de um governo, a alta foi de 3,4% em relação ao
terceiro trimestre de 2011, a 36ª taxa positiva consecutiva. No
entanto, o resultado não impulsionou a indústria na mesma proporção. Em relação
ao segundo trimestre, o crescimento do consumo ficou em 0,9%.
No caso específico dos investimentos, que servem de
parâmetro para projetar crescimentos futuros, foi a quinta queda consecutiva.
De acordo com o colunista do Estado de S. Paulo, Celso Ming,
diante de mais um desempenho decepcionante do PIB, a tentação recorrente do
governo Dilma é reforçar suas políticas anticíclicas pelo lado
errado: é returbinar o consumo com o aumento das despesas públicas, com mais
renúncias tributárias, mais crédito, mais queda dos juros e mais desvalorização
cambial (alta do dólar).
A atuação do governo, de acordo com Ming, é insistir na fórmula que está
dando errado. “O orçamento das famílias está excessivamente
comprometido com dívidas e compras antecipadas - conforme mostram os índices de
inadimplência, altos demais. Mais queda dos juros sem derrubada mais forte da
inflação afastará ainda mais os aplicadores e prejudicará a rolagem da dívida
do Tesouro, como já está acontecendo”, afirmou.
Por outro lado, os investimentos produtivos
completaram no terceiro trimestre o mais longo período de queda em 13 anos,
mostraram os dados do IBGE. De julho a setembro, o tombo foi de 2% em relação
ao segundo trimestre e de 5,6% na comparação com igual período de 2011. Com
isso, a taxa de investimentos ficou em 18,7% do PIB.
A saída para essa situação de PIB medíocre seria tentar aumentar os índices
de investimentos, atualmente negativos. Mas o governo não faz a sua parte: não
promove reformas estruturais, é lento e omisso na melhora da nossa
infraestrutura, mantém a carga tributária nas alturas e prima pela
incompetência gerencial.
Uma outra conclusão é correta: não se pode colocar a
conta do PIB baixo na sociedade. De acordo com o Instituto Brasileiro de
Planejamento Tributário (IBTP), a média da carga tributária na era Dilma deve
chegar a 35,9%, em 2011 e 2012. Nos oito anos de Lula, ficou em 34%. Nos anos
FHC, foi de 28,6%.
Palavras do presidente do Democratas, José Agripino sobre o PIB lá em
baixo: "Esses dados são desastrosos para o Brasil no plano
internacional. É a confirmação do que estamos lamentavelmente assistindo, que
os remédios adotados pelo governo como forma de estimular a economia são
claramente ineficazes".
Fonte: Imprensa Democratas
Nenhum comentário:
Postar um comentário