O Brasil possui uma das contas de energia mais
caras do mundo.
As causas desse valor nas alturas são demais
conhecidas. De cada R$ 100 que o consumidor paga a uma companhia elétrica cerca
de R$ 45 vão para o governo por meio de tributos como o IPI e o Cofins.
Logicamente, em uma situação como essa toda tentativa
de abaixar o preço das contas de luz é bem vinda. Aparentemente atenta à
situação, a presidente Dilma Rousseff anunciou uma redução de 20% no preço das
tarifas.
Porém, por incrível que pareça, o anúncio da
presidente Dilma não passava em sua maior parte pela redução de impostos. O
plano anunciado pelo governo quer que as companhias baixem o preço na marra por
meio de fortes prejuízos em seus balanços.
Trata-se da reabilitação de uma política da ditadura
brasileira de forçar a diminuição de preços por meio da forte intervenção do
Estado nas estatais.
O resultado de tais ações é por demais conhecido:
quebradeira geral nas empresas públicas brasileiras. No final das contas, quem
paga a conta é o Tesouro, que é formado pelas contribuições do cidadão
brasileiro. Ou seja, por um lado o governo diminui os preços, mas por outro
compensa o prejuízo por meio dos impostos pagos pelas pessoas comuns.
O mercado entendeu rapidamente o recado do plano do
governo de abaixar as tarifas de maneira arbitrária. Em poucos dias, a
Eletrobrás, estatal federal, viu sumir 40% de seu valor de mercado. Desde que o
plano foi anunciado, as Companhias Energéticas já perderam R$ 30 bilhões do seu
valor nas bolsas.
Mas a presidente Dilma queria mais. Não bastava
quebrar a Eletrobrás, que deve perder R$ 9,6 bilhões em receitas no próximo
ano. As companhias estaduais também tinham que entrar no plano.
Obviamente, os Estados não petistas donos de
companhias de energia elétrica recusaram a estratégia de Dilma. Não querem
dilapidar suas companhias.
Mas o governo aproveitou a situação para fazer
populismo barato. Tenta disseminar que quem é contra o projeto sabota a
intenção do governo de baixar o preço da energia. Como ocorreu no caso da
privatização, é jogo baixo com intenção eleitoral. Tomara que nesse caso a
oposição saiba se defender.
Uma das intenções oficiais por trás do plano de
diminuir o valor da energia é aumentar a produtividade da combalida indústria
brasileira. Mas o governo não quer fazer o mais difícil e eficiente: reformas
estruturais como a tributária e o aperfeiçoamento da infraestrutura.
Ao propor as mudanças por meio de uma Medida
Provisória, o governo avisou que não queria ver o texto mudado. Mas a MP já
conta com dezenas de emendas no Congresso.
Uma interpretação também é certa: o governo queria
faturar politicamente sozinho com a diminuição das contas de energia. Tanto que
o anúncio ocorreu no dia 7 de setembro em rede nacional de televisão pela
presidente Dilma. Faltou dizer que vários governadores seriam parceiros na
iniciativa. Mas alguns dos “sócios” do plano simplesmente foram pegos de
surpresa. Agora, querem jogar a conta do fracasso nas costas da oposição.
Em outubro de 2010, quando candidata à presidente da
República, Dilma Rousseff anunciou que zeraria o PIS/Cofins da energia
elétrica. A oportunidade poderia ser agora, no lugar desse perigoso populismo
tarifário.
Depois dessa, quem irá investir em estatais sob o
poder da União?
queria ver alguem falar em numeros:
ResponderExcluirem média, quanto custa para gerar 1kw de energia eletrica? quanto pagamos por 1kw de energia eletrica? do total que pagamos quanto é imposto e quanto e efetivamente o lucro das distribuidoras?
sem estar fundamentado em informações precisas sobre custos, qualquer coisa que se diga é mera especulação...