PIB decepciona
no 3º tri e derruba previsões de crescimento para 2013. Estimativas caem
de 4% para entre 3% e 3,5% no ano que vem; mercado teme intervencionismo.Menor
que 2% ao ano, taxa média de crescimento sob Dilma se aproxima da das 'décadas
perdidas' de 1980 e 1990
A recuperação
econômica esperada por governo, investidores e analistas não veio, e as
projeções para o futuro próximo se tornaram rapidamente mais pessimistas.
Divulgada ontem
pelo IBGE, a expansão muito abaixo do esperado da produção nacional no terceiro
trimestre aponta que a primeira metade do mandato da presidente Dilma Rousseff
será uma espécie de "biênio perdido".
A taxa média de
crescimento no período deverá ficar abaixo de 2% anuais, comparável às de
décadas batizadas de perdidas como as de 80 e 90 -um pouco acima da primeira e
abaixo da segunda.
Mas a piora dos
humores não se limita aos eventos passados. Assim que souberam da expansão de
apenas 0,6% de julho a setembro, analistas e investidores começaram a rever
para baixo suas expectativas para o próximo ano.
Mesmo com a
aguda redução dos juros, gastos públicos recordes e desonerações tributárias em
série, são poucos os que ainda apostam em crescimento vigoroso.
Em vez dos 4%
que eram consensuais entre governo e setor privado até o início do mês, a média
das projeções para 2013 caminha para algo entre 3% e 3,5%.
Se não chegaram
a abalar os bons números do emprego no mercado de trabalho, as sucessivas
decepções trimestrais com o PIB semearam a descrença com o potencial da
economia do país.
A crise financeira
e econômica no mundo desenvolvido abalou a indústria, os investimentos e as
exportações, que demoram a reagir aos pacotes oficiais de incentivo.
A multiplicação
do crédito e a escalada do consumo familiar, motores da economia nacional nos
anos Lula, estão limitadas pela alta da inadimplência e pelo esgotamento da
etapa mais vistosa de ascensão social.
Não por acaso,
o Brasil deve encerrar o ano com a pior taxa de crescimento entre as principais
economias fora da Europa -inferior às de seus vizinhos latino-americanos e dos
demais gigantes emergentes China, Índia e Rússia.
Boa parte dos
emergentes teve no trimestre crescimento superior ao brasileiro.
O ministro da
Fazenda, Guido Mantega, que contava com uma taxa trimestral de ao menos 1%,
procurou salvar o que pôde do resultado: apontou a aceleração sobre os meses
anteriores.
Em entrevista à
Folha nesta semana, Mantega adiantara que estão em preparação mais medidas de
estímulo para 2013. O mercado já especula que o desapontamento tende a acirrar
o ânimo intervencionista do governo.
Fonte: Folha de São Paulo
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