Os
empreendedores brasileiros são verdadeiros heróis. O País é um dos que mais
oferece obstáculos para investimentos que geram empregos e desenvolvimento
socioeconômico. Mesmo assim, eles insistem em suas atividades produtivas.
São
tantos os entraves que as consequências tornam-se dramáticas. O Brasil, por
exemplo, investe apenas 10% do que os demais países emergentes desembolsam em
infraestrutura. Enquanto o índice é de 0,4% do PIB por aqui, na China chega a
4%.
E
os poucos investimentos se concentram principalmente na malha rodoviária, em
detrimento dos demais modais. Mas mesmo no caso das rodovias, deixamos a
desejar. Apesar do crescimento de 40% ao ano nos investimentos federais desde
2004, eles representaram, em média, só 0,3% do PIB. Pouco, se comparado ao 0,7%
investido pelos países europeus.
De
acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) são
necessários investimentos de R$ 125 bilhões no País em portos, hidrovias,
rodovias, ferrovias e aeroportos, o que representa cerca de 3,4% do Produto
Interno Bruto por ano até 2016.
Enquanto
isso, em 2010, ano de grande crescimento econômico, o investimento foi de 0,4%
do PIB.
Enquanto
os gastos com investimentos em infraestrutura são relativamente pífios, a
sociedade brasileira é uma das que mais gasta no mundo para transportar e
vender seus produtos.
Por exemplo, a parcela gasta pelo Brasil com
logística em proporção ao PIB supera os Estados Unidos. Enquanto os EUA esse
índice chega a 7,7%, por aqui atinge 10%.
Enquanto
isso, obviamente, o Brasil despenca nos levantamentos de competitividade. Em
2011 caiu de 84º para a 104º posição de acordo com o ranking global do
Fórum Econômico Mundial. Mesmo no “milagroso” 2010, o País havia perdido três
posições.
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Segundo
um estudo do Departamento de Competitividade de Tecnologia da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), as empresas brasileiras contabilizam
uma despesa anual extra de R$ 17 bilhões devido às péssimas condições das
estradas, sucateamento nos portos, falta de capacidade das ferrovias e gastos
com armazenagem.
Esses
custos extras representam quase 15% de todo gasto que a indústria tem com
transportes e armazenagem. No total, as companhias destinam 7,2% do
faturamento, ou R$ 122,3 bilhões, para movimentar suas mercadorias no Brasil.
Por
tudo isso, é mais ou menos fácil deduzir que entre as 10 economias do mundo
ficamos no 10º lugar em infraestrutura do transporte, como concluiu o
levantamento de mais uma consultoria internacional: a Economist Intelligence
Unit.
O
Brasil possui gigantesco potencial energético natural. Mas ironicamente, a
energia para produzir nossos produtos é mais um empecilho. De acordo com a
Agência Internacional de Energia, a tarifa média das indústrias aqui é de R$
330 por megawatt-hora (MWh), a quarta maior do mundo. É três vezes mais cara
que a dos EUA e do Canadá e o dobro da cobrada na China, na Coreia do Sul e na
França.
Por
trás de valores tão altos o vilão de sempre: os impostos.
E
existe o vilão burocrático. Hoje, caso um empresário brasileiro precise
exportar seus produtos, terá que se sujeitar à aprovação de até 12 órgãos
diferentes do governo. Há mais de cem leis que regem a área no Brasil e 130
impostos e tributos relacionados à atividade.
Frente
a esses entraves, quase desnecessário dizer que a produtividade brasileira caiu
quase dois terços no último ano.
O
dramático, no caso, é que o investimento em infraestrutura traz retornos
consistentes para a sociedade. De cada dólar gasto é gerado US$ 1,59 em
empregos e compras.
Esse
pequeno levantamento das dificuldades do Brasil para vender seus produtos, mesmo
para o mercado interno, mostra que colocar a culpa no câmbio ou em nossa falta
de capacidade para alguns dos baixos índices de produção é uma tremenda má-fé.
Sem que o Estado faça a sua parte, grande parte gigantesco esforço do
empreendedor tem sido utilizado apenas para superar os entraves que deveriam
ser obrigação de o governo superar.
Fonte: Imprensa Democratas
Bruno, já conhece a página do Facebook do senador José Agripino Maia? Vale a pena indicar aos amigos: http://www.facebook.com/joseagripinomaia
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