O
verdadeiro teor da conversa entre o ex-presidente Lula e o ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes jamais será completamente conhecido.
Ficará a palavra de um contra a de outro.
Porém,
independentemente do que ocorreu, o ex-presidente Lula tem vindo de uma
escalada de desrespeito institucional desde há muito tempo. E, pior, sempre
insuflado por militantes, simpatizantes e mesmo jornalistas pagos por verbas de
empresas estatais.
É
possível, portanto, demonstrar que é perfeitamente factível o relato de Gilmar
Mendes segundo o qual Lula estaria disposto a fazer chantagens para que o
julgamento do mensalão seja adiado. Pior, que esteja
ajudando "bandidos" a divulgar informações falsas e caluniosas
sobre autoridades públicas.
Para
começar, desde que abandonou o governo, Lula anunciou publicamente qual seria
sua meta: “acabar com a farsa do mensalão”.
Ora,
para transformar em “farsa” uma série de eventos investigados pela Polícia
Federal, fartamente documentados pela imprensa, denunciados pelo Ministério
Público, e prestes a serem julgados pelo Supremo, é preciso estar disposto a
tudo.
“Lula
não está fora de si. Está, isto sim, cada vez mais senhor de si. Investido no
figurino do personagem autorizado a desrespeitar tudo e todos no cumprimento de
suas vontades”,
afirmou a colunista do Estado de S. Paulo, Dora Kramer.
Continua
a colunista: “E por que (Lula) o faz? Porque sente que pode. E pode
mesmo porque deixam que faça. A exacerbação desse rude atrevimento é fruto de
criação coletiva e não surgiu da noite para o dia. A obra vem sendo construída
gradativamente no terreno da permissividade geral onde se assentam fatores
diversos e interesses múltiplos, cuja conjugação conferiu a Lula o diploma de
inimputável no qual ele se encontra em pleno usufruto”.
O
próprio local onde o suposto encontro entre Lula e Gilmar Mendes ocorreu pode
despertar suspeita: no escritório de advocacia do ex-ministro Nelson Jobim. No
gabinete do integrante do STF, por exemplo, seria mais condizente se a reunião
com os cargos que todos ocupam ou ocupavam e o assunto que estava em questão.
É
preciso registrar que Gilmar Mendes já reiterou sua versão do encontro com
Lula. E foi além, disse que as acusações contra ele produzidas por criminosos. “Vamos
deixar claro: estamos lidando com bandidos que ficam plantando essas informações",
afirmou o ministro.
Já
o ex-presidente se manifestou apenas dois dias após a divulgação dos fatos e
por meio de uma nota.
A
tentativa de esclarecimento relativamente lacônica de Lula se mostrou apenas
como uma pausa em uma soberba crescente de quem passou a acreditar em mitos que
lhe eram atribuídos por bajuladores como: “o maior brasileiro já nascido nessas
terras”, “o homem que finalmente governou para os pobres após 500 anos de
exploração de uma elite predatória”, entre outras estultices.
Nesse
ínterim, Lula também passou a desancar adversários políticos, tratá-los como
inimigos a serem extirpados. Passou a agir sem limites. Um dos alvos de Lula,
que fique claro, sempre foi o Democratas, que nunca baixou a cabeça para as
bravatas do ex-presidente.
De
acordo com o respeitado jornalista Fábio Pannunzio, o próprio Lula, por
incrível que pareça, foi responsável pelo vazamento do encontro com Gilmar
Mendes.
O
evento com Gilmar Mendes pode ser um teto nessa trajetória aparentemente sem
limites de um ex-presidente.
O
decano do STF, ministro Celso de Mello, deu o tom da gravidade da suposta ação
de Lula. “Se ainda fosse presidente da República, esse comportamento
seria passível de impeachment por configurar infração político-administrativa,
em que um chefe de poder tenta interferir em outro”.
Em
meio a tanta obscuridade, a oposição fez o que se esperava dela. DEM, PSDB, PPS
e PSOL entraram com uma representação criminal contra o ex-presidente na
Procuradoria Geral da República. Lula pode ter praticado no mínimo três crimes:
corrupção ativa, tráfico de influência e coação.
O
irônico nisso tudo é que Lula, movido pelo rancor, esteve por trás da CPI do
contraventor Carlinhos Cachoeira para tentar triturar seus inimigos
políticos. Não deu certo. Talvez por seus excessos, se vê agora no
olho do furacão.
Fonte:
Imprensa Democratas
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