Diante
de uma economia em ladeira abaixo e com um cenário internacional pouco
amigável, o governo federal lançou na última segunda-feira mais um pacote de
medidas tentando estimular o crédito para consumo e investimento.
Incapaz
de alavancar um projeto vigoroso para aumentar a competitividade da indústria
brasileira a longo prazo, o pacote do governo - o sétimo lançado desde 2008 – é
uma repetição de políticas fracassadas: foco em ações paliativas sem reformas
estruturais; benefícios a setores específicos da economia ao invés de definir
regras que beneficiem a todos; e mais reforço aos investimentos via BNDES.
O
conjunto de medidas de estímulo inclui redução do IPI para compra de automóveis
até 31 de agosto; abrandamento do IOF para operações de crédito para pessoa
física, de 2,5% para 1,5%; e queda na taxa de juros para diversas linhas
do BNDES. O custo total das ações será de R$ 2,7 bilhões.
Não
houve nenhuma proposta, portanto, que tratasse da remoção dos gargalos reais
que de fato solapam a competitividade da indústria nacional, como a
infraestrutura precária, carga tributária excessiva, legislação trabalhista
arcaica e burocracia asfixiante.
Em
Santa Catarina, no lançamento de uma obra que está sob a mira do TCU, Dilma
disse que o Brasil está “300% preparado” para enfrentar a crise. Entretanto, o
atual cenário econômico é diferente do de 2008 e 2009. O endividamento do
consumidor, por exemplo, é um problema sério que pode obstaculizar o efeito
esperado das novas ações.
“As
pessoas estão mais endividadas e os bancos amargam uma inadimplência maior”,
afirmou ontem ao jornal “Valor”, o analista da Austin Rating,
Luis Miguel Santacreu.
De
acordo com a Serasa Experian, a inadimplência do consumidor
brasileiro aumentou 23,7% em um ano. Nos quatro primeiros meses de 2012, o
crescimento foi de 19,6%.
A
presidente Dilma Rousseff, ao lançar pacotes quase semanais, tem optado por
caminhos ideológicos perigosos, ressuscitando as receitas do
nacional-desenvolvimentismo, cuja essência se traduz pela irrestrita confiança
na capacidade do governo em agir como principal carro-chefe do crescimento
econômico.
Trata-se
de uma doutrina expansionista do Estado, que apregoa aumento de gastos públicos
desenfreados e restrições ao livre mercado.
Ingredientes
maléficos, como protecionismo, intervencionismo e dirigismo, estão de volta.
Qualquer semelhança com o “mercantilismo” aplicado no século XVIII não é mera
coincidência.
O
custo do “desenvolvimentismo” abraçado por Dilma poderá ser alto demais para o
país. O governo tem “pisado na bola” na escolha dos instrumentos para tentar
artificialmente estimular o crescimento econômico. Tolera inflação de um lado
para reduzir juros a qualquer custo de outro; despeja toneladas de crédito no
BNDES para depois criar barreiras protecionistas.
A
sensação é de que o governo está remando contra a maré, alimentando uma grande
“bolha de crédito” que poderá afetar o nosso crescimento no futuro.
Não
obstante as ações de estímulos propostas pelo governo nos últimos tempos, a
indústria brasileira continua letárgica. As medidas, até agora, não surtiram
efeito! Se comparada com março de 2011, a nossa produção da industrial diminuiu
2,1%.
A
economia brasileira está estagnada. Nos três primeiros meses do ano, a economia
só conseguiu evoluir 0,15% em relação ao mesmo período do ano passado.
Economistas já preveem um crescimento para 2012 em torno de 2,5%.
A
cada novo pacote de “bondades” fica mais clara a intenção do governo de
controlar a economia de baixo para cima. O Estado brasileiro é um leão guloso
que ainda concentra poder demais, intromete-se em demasia na economia e na vida
das pessoas.
Estudo
divulgado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) revela
que o brasileiro entrega praticamente a metade do que ganha (via impostos) para
sustentar um poder público obeso e ineficiente.
Falta
ao país uma dinâmica sustentável de crescimento. Falta ao Brasil pôr em prática
uma agenda de competitividade baseada em sólidos valores liberais, como
eficiência da máquina pública, redução de impostos, menos Estado e mais
liberdade para o cidadão empreender. Chega de remendos artificiais! Chega de
pacotes!
O
economista Roberto Campos já dizia: “o Brasil está tão distante do
liberalismo - novo ou velho - como o planeta Terra da constelação da Ursa
Maior!”
O
Brasil ocupa a zona do rebaixamento quando se trata de liberdade
econômica mundial. Somos ainda um País avesso ao comércio e
ao empreendedorismo. O papel do Estado na economia é bem grande e vem
crescendo.
De
acordo com o Índice de Liberdade Econômica 2012, que mede o
nível de liberdade econômica no mundo inteiro, o Brasil está
na 99º posição do ranking entre 184
países, contabilizando apenas 57,9 pontos, abaixo da média mundial
(59,5 pontos). O Brasil ficou atrás de países subsaarianos, como
Burkina Faso (85º), Gana (84º) e Uganda (78º).
Os
dados são bem claros: somente com mais
liberdade econômica é possível ter um significativo aumento no
desenvolvimento humano, com elevação de índices como renda, educação e
qualidade de vida. O social não pode ser dissociado do econômico.
O
Democratas tem um papel importante no atual cenário político e econômico
brasileiro. Somos a única instituição partidária no país que defende os
preceitos da economia de mercado e da força empreendedora da livre iniciativa
com base em sólidos valores republicanos e democráticos.
Fonte: Imprensa Democratas
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