A
obsessão do Partido dos Trabalhadores em controlar todas as instâncias que
podem controlar seu poder ganhou um novo round com as declarações do presidente
do PT, Ruy Falcão, no sentido de que o próximo inimigo a ser abatido pelo
governo deve ser a imprensa.
As
frases de Falcão falam por si só. Como contrastam com o projeto político do PT,
os meios de comunicação devem ser contidos.
Leia
aqui as declarações de Ruy Falcão http://migre.me/8YpHm.
Essa
obsessão petista pela censura vem de longe. Ficou mais forte com a revelação de
que o partido estava à frente do maior escândalo político da história recente:
o mensalão.
O
sonho do PT é passar à população a ideia de que todas as irregularidades
envolvendo seu governo não passaram de uma “conspiração midiática”.
A
primeira tentativa de amordaçar a imprensa ocorreu em 2004, quando foi
encaminhado ao Congresso um projeto criando o Conselho Federal de Jornalismo. O
Conselho teria poderes de "orientar, disciplinar e fiscalizar" o
exercício da profissão. Poderia punir jornalistas. A Câmara vetou a iniciativa.
Mas
o esforço agora é fazer valer o seguinte raciocínio: já que o bicheiro
Carlinhos Cachoeira estava por trás das gravações que deram origem ao mensalão,
logo o escândalo não existiu. A precariedade e cinismo da estratégia é risível,
mas ainda há setores do PT que insistem nessa tese.
Para
essa estratégia prosperar é preciso que o processo do mensalão, que corre no
STF, se transforme em peça de ficção, assim como a existência incômoda do
empresário Marcus Valério, além de inúmeros acontecimentos como o repasse de
recursos ilegais a parlamentares em um shopping de Brasília ocorridos até 2004.
O
próprio ex-presidente Lula atuou bastante para que a CPI do Cachoeira tivesse
dois alvos claros: o governador de Goiás, Marconi Perillo, que o alertou sobre
a existência do mensalão, e a revista Veja, órgão de imprensa que
mais incomoda o PT.
O
ataque a Veja contém outro cinismo. Na superfície, condena-se
os métodos da revista como antiéticos. Mas quando os mesmos métodos são
utilizados contra oposição por outros veículos, o PT aplaude.
O
problema da estratégia de Lula contra a Veja e Perillo é que o
escândalo Cachoeira acabou trazendo a tona novos fatos e personagens como o
governador do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz, a construtora Delta,
principal empreiteira do PAC, e até mesmo o governador do Rio de
Janeiro, Sérgio Cabral.
Como
sinal desses novos tempos petistas, o ex-presidente Fernando Collor de Mello
está na CPI do Cachoeira no autodeclarado papel de guardião dos documentos da
comissão. Não quer que nada inconveniente vaze para a imprensa.
Outro
nível de ação do governo é pagar fortunas para alguns jornalistas atacarem a
imprensa e a oposição.
Sustentados
por verbas de empresas estatais, profissionais como Paulo Henrique Amorim e
Luiz Nassif, lideram uma verdadeira cruzada contra partidos como Democratas,
PSDB e a todo que ousem a não baixar a cabeça para o projeto de poder petista.
O
patrono desses agentes tem nome e sobrenome: o ex-ministro da Casa-Civil, José
Dirceu, considerado pela Procuradoria Geral da República o chefe da quadrilha
que resultou no mensalão. Em seu blog, Dirceu aconselha a população a se
informar principalmente por esses jornalistas.
O
governo Lula também iniciou uma política de repasse de recursos públicos por
meio de verbas de publicidade para periódicos cujas linhas editoriais auxiliem
o governo. O valor da fatura: R$ 10 bilhões!
Além
disso, historicamente, em todos seus Congressos o PT repete a ladainha de
controlar a imprensa por meio dos chamados “marcos regulamentários”. No último
deles, em dezembro do ano passado, os militantes foram conclamados a enfrentar
questões como “o controle de meios por monopólios, a propriedade cruzada, a
inexistência de uma Lei de Imprensa”.
O
novo nome da censura para o PT é: “controle social da mídia”. Como o governo
controla os chamados “movimentos sociais”, o círculo se fecha. O que se quer é
o controle da mídia pelo governo.
A
Argentina vive processo semelhante, porém mais agressivo do que o brasileiro de
luta estatal contra a imprensa.
Por
trás de todas essas campanhas não está o interesse público ou um suposto bem do
País. Os personagens que atacam o jornalismo são movidos pelo rancor de terem
sido descobertos. Buscam, portanto, não acabar com a corrupção, mas
aprisionar os meios que divulgam a roubalheira.
Assim
como toda agremiação política brasileira, o Democratas já sofreu, e sofre
constantemente, diversos ataques de setores da mídia. A diferença com relação
ao PT é que tenta responder as acusações com ações saneadoras e argumentos, não
por meio de do amordaçamento de jornalistas e órgãos de imprensa.
Fonte: Imprensa Democratas
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