sexta-feira, 4 de maio de 2012

Artigo de Bruno Alves publicado no jornal A Tarde – 04/05/12 - Cotas raciais = Segregação




A vereadora Olívia Santana, deve se livrar das amaras do passado e ser uma agente de transformação que nossa cidade precisa. A busca pela igualdade de oportunidades não deve passar pela segregação. Isso é um retrocesso. O titulo do último artigo da vereadora publicado neste mesmo jornal, “DEM X negros no STF: vitória do Brasil”, deixa claro seu pensamento segregador e retrógrado. Não existe partido político de branco ou negros. Só no desejo dos segregacionistas.

Ser contra as cotas raciais não significa dizer que não existe racismo no Brasil. O racismo existe sim. Negar isso seria uma fuga da realidade. Eu sonho com o dia que irei me deitar sem ter que recordar do preconceito sofrido ao longo do dia. Mas esse sonho não irá se realizar pela segregação. Muito pelo contrário. Ficará ainda mais distante.

A vereadora cita Martin Luther King em seu texto, mas o mesmo foge completamente dos pensamentos de um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros dos Estados Unidos. Foram pensamentos segregacionistas, que culminou em seu assassinato. Em seu famoso discurso Eu tenho um sonho, Martin Luther King deixa claro seu pensamento. “Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele”. Cotas raciais faz justamente este julgamento.

Sou a favor das cotas para os pobres, independente da cor. Por isso, sou a favor das cotas sociais, tendo como corte alunos oriundos de escolas públicas e a renda familiar. Assim atenderíamos a população negra, mas não excluiríamos a população de pele clara. Na realidade, o que falta no Brasil é um projeto de educação. No período de implementação, existiria a cota social. Mas, a cota social iria se diluindo a medida que esse processo avançasse.

Conhecemos a história da construção do Brasil, mas a mudança que almejamos não será construída através da segregação. Se isso continuar, os nossos filhos, netos e bisnetos necessitarão de cotas. É necessário enfrentarmos os fardos do passado, sem que nos tornemos vitimas dele.  

Bruno Alves
Presidente da Juventude Democratas Bahia

2 comentários:

  1. Não é essa galera que está se dizendo a favor das cotas agora?

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  2. Bruno Alves é uma pessoa inteligente, mas na vontade de defender os seus pontos de vista comete erros desmedidos. Não sei se de propósito ou se é por acaso, deixo de lado outras possíveis causas. As cotas sociais já estão previstas em nossa constituição e dela retiramos subsídios para reafirmar a necessidade do seu cumprimento. Desde a declaração da declaração dos direitos humanos que várias convenções têm Estado Brasileiro como signatário, prevendo a reparação social de negros e indios, presos políticos e o gênero feminino em nosso território. O que está em jogo não é mais o que eu acho ou deixo de achar, apenas cumpra-se a contituição, a lei. A questão racial merece portanto uma ênfase maior porque ser racista é acima de tudo negar ao putro o direito humano de fazer parte da única raça que temos, a raça humana que é segundo o nosso nobre Gilberto Gil, uma semana do trabalho de Deus. Qunado estamos falando de cotas raciais não estamos falando apenas de cor da pele, ainda que exista ainda uma brutal diferença enter o preto pobre e o branco pobre: Dê-lhes um diploma e certamente esse branco pobre terá mais oportunidade de emprego. Muitos racistas deixaram de ser racistas para serem racialistas e dentro desse perfil continuam se contrapor ao desenvolvimento do povo negro dentro dessa nação com todo o seu aporte cultural, filosófico e histórico. O estado Brasileiro está cheio de leis em que se leva em conta a condição social e isso não ajuda a mascarar o que há or tras dessas leis. Quem dera Bruno Alves tivesse nascido em 1824 quando a contuição brasileira proibiu que os analfabetos fossem votados e pudessem votar, quem sabe ele pudesse ser contra a lei complementar nº14 que no seu artigo terceiro proibia os escravos de frequentar a escola. Como seri abom tê-lo naquele momento para dizer que era contra a tal absurdo e quem sabe pudesse comvencer mais um punhado de outros brancos progressistas que pudessem penssar de maneira tão brilhante em prol do social e não deixassem que uma lei tão injusta como está, dentre tantas outras, fosse aprovada. Mas agora é muito tarde, já se passaram tantos anos e os danos causados a todo esse tipo de atrocidade se diz coisa do passado.

    Denilson José

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