As histórias do submundo da era PT no
governo federal ainda estão para ser contadas.
O impressionante rosário de falcatruas
vai muito, mas muito além das 8 mil páginas do acórdão do mensalão que aponta o
ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu como o responsável pela
"organização" e pelo "controle" do esquema ilícito de
compra de apoio político do Congresso no primeiro mandato do governo Luiz
Inácio Lula da Silva.
A edição desta semana da revista Veja revelou
a existência de uma sindicância interna do Palácio do Planalto, de 120 páginas,
mantida em segredo para evitar “instabilidade institucional”, que mostra como a
ex-secretária do ex-presidente Lula, Rosemary Noronha, se aproveitava da
proximidade com o poder para fazer pequenas e grandes maracutaias.
Segundo a sindicância, determinada pela
Casa Civil da presidência da República, Rosemary patrocinou lobbies, agendou
encontros com empresários e ajudou uma quadrilha que vendia pareceres.
A ex-secretária de Lula, como é sabido,
se engajava nas comitivas presidenciais sempre que a ex-primeira-dama Marisa
Letícia não podia viajar. Aproveitadores de todos os tipos perceberam em
Rosemary um atalho para chegar ao ex-presidente. Em troca, pagavam pequenos e
grandes favores.
Enquanto isso, como chefe de gabinete do
escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary utilizava o automóvel oficial
para assuntos pessoais, conseguia descontos vips em empresas, como a de um
departamento de vendas da montadora Volkswagen, hospedagem em resorts e
ingressos para shows.
Entre os favores mais cabeludos, a
ex-secretária conseguiu um contrato de R$ 1,1 milhão de uma empresa do marido
com o Banco do Brasil (antes, falsificou a capacidade técnica da empresa).
Também emplacou uma desembargadora para o TRF da 4ª região, e nomeou dois
diretores que montaram máfias dentro da Agência Nacional de Águas (ANA) e da
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Rosemary ainda nomeou sua filha para um
cargo na Anac com um salário mensal de R$ 8 mil.
Rosemary também conseguiu falsificar um
diploma de curso de turismo para que seu ex-marido, José Cláudio Noronha, fosse
empregado no conselho da Brasilprev. Ela ainda tentou falsificar um diploma de
2º grau para si própria.
Para completar, em 2010, Rose foi
recebida quase como uma chefe de Estado na embaixada da Itália, em viagem
pessoal que fez a Roma. Foi acolhida em um misterioso “quarto vermelho”.
De acordo com a revista Veja, depois
do estouro dos escândalos, Rosemary se sente desprestigiada pelos
colegas petistas, ameaça contar seus segredos e envolver “gente graúda”. Para o
bem do Brasil, seria melhor que Rose abrisse o bico.
Mesmo sobre o político mais popular do
Brasil nas últimas décadas, o próprio Lula, pairam algumas dúvidas. No começo
desse mês, o Ministério Público determinou que a Polícia Federal instaurasse um
inquérito para investigar as acusações do empresário Marcos Valério de que Lula
teria se beneficiado do esquema do mensalão.
De acordo com Valério, Lula teria dado
aval a um repasse de US$ 7 milhões por parte de uma fornecedora da Portugal
Telecom em Macau, na China, ao Partido dos Trabalhadores, por meio de contas
bancárias no exterior.
E mesmo as andanças de Lula pelo
exterior são para lá de suspeitas. No mínimo beneficiam bastante grandes
empresas brasileiras potenciais doadoras de campanha para o PT.
Hoje, a Folha de S. Paulo mostra
que licitações vencidas por construtoras brasileiras no exterior para execução
de obras que tiveram o apoio de Lula são investigadas por suspeita
de corrupção e irregularidades.
Para que seja escrito o esperado livro
das histórias obscuras do PT no governo serão necessárias mais do que as 8.405
páginas do acórdão do mensalão. E, a cada dia que passa, descobre-se que o
capítulo dedicado à Rosemary terá mais importância. A leitura será longa, mas
emocionante.
Fonte: Imprensa Democratas
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