quarta-feira, 3 de abril de 2013

Caos na infraestrutura




O setor de infraestrutura é atualmente um dos principais gargalos para o crescimento econômico e o desenvolvimento do país.

Caminhões parados nas rodovias, navios que aguardam semanas para desembarcar mercadorias nos portos, aeroportos saturados de passageiros e estradas esburacadas são cenas que escancaram o grande déficit vivido pelo Brasil na área de logística.

Por motivos de ordem ideológica, o governo Lula/Dilma perdeu oportunidades de atrair capitais privados e modernizar o setor de infraestrutura do país. Resultado: os recursos disponibilizados para a área foram fortemente atrofiados.

De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), enquanto o Brasil investe apenas 0,6% de seu Produto Interno Bruto em infraestrutura de transportes, países em desenvolvimento aplicam, em média, 3,4% do PIB.

Cálculos do economista Paulo Fleury, do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), sugerem que o Brasil, para atenuar os gargalos do apagão logístico, deve investir pelo menos 5% do PIB em infraestrutura de transportes nos próximos cinco anos.

O problema é que o Estado brasileiro é um péssimo gestor. Nem mesmo os projetos do Ministério dos Transportes saem do papel. Segundo o Tesouro Nacional, os investimentos da pasta em infraestrutura caíram R$ 4,3 bilhões em 2012.

O Brasil está perdendo competitividade no mercado externo de forma acelerada. O caos logístico é inequívoco. A China suspendeu a compra de pelo menos dois milhões de toneladas de soja brasileira em função dos crescentes atrasos no fornecimento.

As longas filas de caminhões nos portos expõem a saturação da infraestrutura brasileira. De nada adianta os empresários do agronegócio fazerem um bom trabalho se o Estado brasileiro não dá a contrapartida, oferecendo uma infraestrutura adequada.

O Brasil gastou 530 bilhões de reais com transporte e armazenagem no ano passado. Se a logística brasileira tivesse uma eficiência similar à americana, esse custo cairia para 350 bilhões de reais – uma economia de 180 bilhões de reais por ano”, diz levantamento da Fundação Dom Cabral publicado na revista VEJA desta semana.

A ineficiência do governo federal inibe a competitividade produtiva da economia. O ritmo de ações e obras está muito abaixo das necessidades do Brasil.

A pavimentação da BR-163, por exemplo, é uma promessa do PAC que continua emperrada. Idealizada nos anos 1970, a rodovia liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA) e é tida como uma alternativa mais barata para o transporte de grãos.

A partir da conclusão da rodovia, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que poderiam ser economizados até R$ 1,4 bilhão por ano com o transporte de cargas na região.

Já o Movimento Pró-Logística, da indústria de Mato Grosso, calcula uma diminuição de 34% nas despesas com transporte para cada tonelada de soja e milho que saem da propriedade rural. Seria uma revolução no mapa logístico local.

A conclusão da rodovia é peça-chave para turbinar o agronegócio e a abertura de empreendimentos na região. Entre Cuiabá e a divisa com o Pará, o Sebrae estima que mais de 800 empresas seriam impulsionadas pela conclusão da rodovia.

A situação calamitosa da BR-163, que leva ao encarecimento da produção e do custo do país, é apenas um exemplo de como o Brasil ainda tem muito a fazer ante o déficit do setor de infraestrutura.

De acordo com levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), entre 14 países com economia em desenvolvimento, o Brasil ocupa a penúltima posição em ranking sobre competitividade, atrás somente da Argentina.

Para crescer de forma acelerada e sustentável nos próximos anos, o país tem de se transformar num canteiro de obras. Sem infraestrutura adequada, a produção encarece e o país perde competitividade.

Daí a necessidade imperiosa de desperdiçar menos com a máquina administrativa e atrair a iniciativa privada para os grandes projetos. A presidente Dilma precisa descer do palanque e fazer acontecer.

Fonte: Imprensa Democratas

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