terça-feira, 23 de abril de 2013

Abra o bico, Rose




As histórias do submundo da era PT no governo federal ainda estão para ser contadas.

O impressionante rosário de falcatruas vai muito, mas muito além das 8 mil páginas do acórdão do mensalão que aponta o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu como o responsável pela "organização" e pelo "controle" do esquema ilícito de compra de apoio político do Congresso no primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

A edição desta semana da revista Veja revelou a existência de uma sindicância interna do Palácio do Planalto, de 120 páginas, mantida em segredo para evitar “instabilidade institucional”, que mostra como a ex-secretária do ex-presidente Lula, Rosemary Noronha, se aproveitava da proximidade com o poder para fazer pequenas e grandes maracutaias.

Segundo a sindicância, determinada pela Casa Civil da presidência da República, Rosemary patrocinou lobbies, agendou encontros com empresários e ajudou uma quadrilha que vendia pareceres.

A ex-secretária de Lula, como é sabido, se engajava nas comitivas presidenciais sempre que a ex-primeira-dama Marisa Letícia não podia viajar. Aproveitadores de todos os tipos perceberam em Rosemary um atalho para chegar ao ex-presidente. Em troca, pagavam pequenos e grandes favores.

Enquanto isso, como chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary utilizava o automóvel oficial para assuntos pessoais, conseguia descontos vips em empresas, como a de um departamento de vendas da montadora Volkswagen, hospedagem em resorts e ingressos para shows.

Entre os favores mais cabeludos, a ex-secretária conseguiu um contrato de R$ 1,1 milhão de uma empresa do marido com o Banco do Brasil (antes, falsificou a capacidade técnica da empresa). Também emplacou uma desembargadora para o TRF da 4ª região, e nomeou dois diretores que montaram máfias dentro da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Rosemary ainda nomeou sua filha para um cargo na Anac com um salário mensal de R$ 8 mil.

Rosemary também conseguiu falsificar um diploma de curso de turismo para que seu ex-marido, José Cláudio Noronha, fosse empregado no conselho da Brasilprev. Ela ainda tentou falsificar um diploma de 2º grau para si própria.

Para completar, em 2010, Rose foi recebida quase como uma chefe de Estado na embaixada da Itália, em viagem pessoal que fez a Roma. Foi acolhida em um misterioso “quarto vermelho”.

De acordo com a revista Veja, depois do estouro dos escândalos, Rosemary se sente desprestigiada pelos colegas petistas, ameaça contar seus segredos e envolver “gente graúda”. Para o bem do Brasil, seria melhor que Rose abrisse o bico.

Mesmo sobre o político mais popular do Brasil nas últimas décadas, o próprio Lula, pairam algumas dúvidas. No começo desse mês, o Ministério Público determinou que a Polícia Federal instaurasse um inquérito para investigar as acusações do empresário Marcos Valério de que Lula teria se beneficiado do esquema do mensalão.

De acordo com Valério, Lula teria dado aval a um repasse de US$ 7 milhões por parte de uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, ao Partido dos Trabalhadores, por meio de contas bancárias no exterior.

E mesmo as andanças de Lula pelo exterior são para lá de suspeitas. No mínimo beneficiam bastante grandes empresas brasileiras potenciais doadoras de campanha para o PT.

Hoje, a Folha de S. Paulo mostra que licitações vencidas por construtoras brasileiras no exterior para execução de obras que tiveram o apoio de Lula  são investigadas por suspeita de corrupção e irregularidades.

Para que seja escrito o esperado livro das histórias obscuras do PT no governo serão necessárias mais do que as 8.405 páginas do acórdão do mensalão. E, a cada dia que passa, descobre-se que o capítulo dedicado à Rosemary terá mais importância. A leitura será longa, mas emocionante.

Fonte: Imprensa Democratas 

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