sexta-feira, 15 de junho de 2012

“Movimentos sociais” cooptados pelo nosso dinheiro




Tido pela Procuradoria Geral da República como chefe da sofisticada organização criminosa que resultou no mensalão, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, pediu ajuda aos chamados movimentos sociais.

Ao discursar no último sábado para uma plateia formada por membros da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União da Juventude Socialista (UJS), ligada ao PCdoB, Dirceu pediu uma mobilização para inocentá-lo do processo que corre contra ele no Supremo Tribunal Federal.

Disse José Dirceu: "Todos sabem que esse julgamento é político, essa é uma batalha a ser travada nas ruas senão a gente vai ouvir uma só voz, pedindo a condenação sem provas. É a voz do monopólio da mídia”.

O apelo de José Dirceu não foi algo surpreendente. Desde o estouro do escândalo do mensalão, em 2005, o governo tem pedido o apoio dos “movimentos sociais” para livrá-lo de enrascadas e casos de corrupção.

Mas há algo que o governo não consegue mais esconder. Os chamados movimentos sociais deixaram de ser representantes autênticos da sociedade brasileira. Desde a chegada do governo petista ao poder, seus líderes foram cooptados por meio de farta distribuição de recursos públicos.

Para começar, a antes combativa UNE deixou de criticar o governo ao ver cifras milionárias jorrando em seus cofres, como os R$ 4,5 milhões ganhos em 2009. O pior que esses recursos, ao que tudo indica, foram gastos de maneira irregular.
  
O dinheiro foi utilizado até para comprar cachaça e vodka pelos militantes da UNE, de acordo com o Tribunal de Contas da União: http://migre.me/9stTF
A partir de 2005, a UNE passou a receber por ano praticamente a mesma quantidade de recursos que recebeu nos dois governos FHC.

E há mais histórias mal-contadas no ar: os líderes estudantis precisam explicar onde estão os R$ 30 milhões recebidos em 2010 para a construção da nova sede da entidade. O edifício é ainda apenas um pedaço de papel.

Essas denúncias são tão graves quanto qualquer outra de malversação de recursos públicos. Participei da negociação para aprovar os R$ 30 milhões para sede da UNE e hoje estou frustrado. Os estudantes que integram a entidade precisam se explicar”, afirmou o senador José Agripino, presidente nacional do Democratas.

Outro braço dos movimentos sociais são os sindicatos. Na era petista, transformaram-se de movimentos reivindicatórios para grandes forças de defesa do governo. O motivo dessa virada, o de sempre: dinheiro, muito dinheiro.

Em 2009, por exemplo, foram cerca de R$ 2 bilhões distribuídos a entidades sindicais no Brasil. Sindicatos que, em sua grande maioria, apoiaram abertamente candidatos da base do governo nas eleições de 2010.

Esses recursos não são auditados por nenhum órgão do governo, como o Tribunal de Contas da União (TCU).

Hoje abrir um sindicato se tornou um ótimo negócio. Desde que defenda o governo quando for preciso, é lógico.

Escândalos ocorridos no Ministério do Esporte em 2011 mostram que outro setor dos movimentos sociais, as Organizações Não Governamentais (ONGs)  ligadas aos partidos políticos também agem por interesse financeiro. De preferência enriquecendo seus dirigentes.

Dezenas de jornalistas que hoje insultam a oposição em seus blogs e se posicionam contra qualquer crítica ao petismo não agem por idealismo. Basta conferir em suas páginas eletrônicas, coalhadas de publicidade oficial e de grandes empresas prestadoras de serviços ao governo. Coerentemente, esses blogueiros se autointitulam como a parte pensante dos movimentos sociais – todos se movimentando a soldo público.

Um dos pedidos de José Dirceu à população é que se informe apenas por meio desses blogs situacionistas.

Nessa estratégia de transformar os movimentos sociais em cães de guarda do governo, os repasses do Orçamento a entidades sociais, de trabalhadores e de estudantes crescem a cada ano. Entre 2007 e 2010, houve aumento de 91,7% desses recursos, que passaram de R$ 80 milhões para R$ 155 milhões.

Tendo em vista a existência de tantos militantes bem pagos para exercer um papel político e partidário, o fundamental é ter em mente que essas pessoas são apenas uma espécie de milícia governamental. Há muito deixaram de representar a sociedade brasileira.  

De maneira vingativa e sem maiores reflexões, tornaram-se parte de um projeto político de figuras como José Dirceu, tido como líder dos mensaleiros.

Fonte: Imprensa Democratas

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