quarta-feira, 6 de junho de 2012

ECONOMIA: Lentidão nas estradas, ferrovias, obras da Copa...





Independentemente da crise internacional, um dos maiores entraves para o crescimento econômico do Brasil tem sido a péssima infraestrutura e a má qualidade dos serviços públicos.

Como foi mostrado no programa nacional de televisão do Democratas, no ar na última quinta-feira, a vida do brasileiro mudou principalmente da porta para dentro. Desde a estabilização da economia proporcionada pelo Plano Real, ele pôde comprar cada vez mais produtos, reformar sua casa ou ter um automóvel, sempre se utilizando do crédito farto.

Da porta para fora, entretanto, sua vida pode ter piorado: engarrafamentos, escalada da violência, estradas cheias de buracos, agravamento do caos na saúde, educação longe das necessidades de formação das pessoas, obras paradas.

Levantamento do Sistema Integrado de Administração Financeira do Democratas mostra que o ano já está próximo da metade, mas apenas 14,9% da meta de investimentos já foi liberada pelo governo.

Um exemplo contundente de como o governo federal tem sido quase inoperante para cuidar da infraestrutura é com relação à conservação de estradas.

Reportagem do jornal Valor Econômico da última segunda-feira mostra que no Brasil há simplesmente 30 mil km de rodovias sem contratos de manutenção.

O percentual da malha rodoviária administrada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) que está abandonada chega a 55%.
Em 2008, o órgão contratou a licitação para os projetos básicos de recuperação das estradas. Até hoje, quatro anos depois, nada saiu do papel.

A maneira como o governo contratou os 30 mil km de estradas para serem reformados "de uma vez" mostrou falta de conhecimento do setor de engenharia do Brasil, que não possuia quadros suficientes para ações de tal vulto. Por outro lado, o DNIT não tinha pessoal suficiente para acompanhar os processos. À época, especialistas aletararm que a pretensão era inexequível. Não foram ouvidos.

A própria Controladoria Geral da União também prejudicou o processo ao colocar restrições à avalição in loco dos trechos que precisavam ser reformados. Centenas de projetos foram apresentados sem os parâmetros técnicos adequados e estudos das vias a serem melhoradas.

Nessa confusão, praticamente o único critério utlizado pelo DNIT para contratar os projetos e as obras foi o menor preço. Muitas vezes, venceram empresas sem nenhuma condição de honrar com os compromisso, apenas apostando em orçamentos iniciais baixos e aditivos posteriores. Difícil não chamar tal atitude de estímulo à incompetência e corrupção.

Em meio a tantos equívocos, o DNIT só conseguiu liberar R$ 3 milhões dos R$ 1,5 bilhão previstos no Orçamento Geral da União de 2012, de acordo com o SIAFI do Democratas. Míseros 2%;

De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), há cerca de 13 mil km de rodovias em estado ruim ou péssimo no Brasil. São vias com problemas de sinalização, buracos, faltas de acostamento ou pontes e viadutos danificados.

Na área ferroviária, mais paralisações. Por exemplo, a Norte-Sul estava indo muito bem até as eleições de 2010. O ex-presidente Lula pretendia inaugurá-la no final daquele ano. Mas, eleita a candidata Dilma Rousseff, as obras pararam.

Hoje, dos 2,2 mil km projetados, apenas 855 km da ferrovia possuem condições de operar. Enquanto isso, a crescente produção agrícola do cerrado brasileiro é exportada por meios mais operosos. O Brasil deixa de economizar R$ 12 bilhões por ano devido ao atraso na Norte-Sul.

Outro exemplo dramático de inoperância é com relação às obras da Copa. 41% das ações relacionadas com o evento sequer começaram. E apenas cerca de 5% estão concluídas.

Esses números não são de órgãos externos, mas do próprio governo federal. De acordo com o levantamento oficial, somente 5 das 101 da Copa foram concluídas até agora.

A mobilidade urbana, apontada como principal legado da Copa, tem pouco mais da metade de suas obras iniciadas, 55%. De acordo com o balanço, sete obras ainda estão em projeto, nove em licitação e sete já foram licitadas, mas não começaram.

No caso do transporte público, salta aos olhos o problema da superlotação do metrô em São Paulo. Mas é preciso salientar que os paulistas são os em mais investem em metrô no Brasil. Enquanto isso, dependentes de verbas do governo federal, os metrôs de Belo Horizonte e Salvador não sem do lugar.

A última estação de metrô inaugurada em Belo Horizonte foi durante o governo FHC.

Por tudo isso, o país não deve se espantar com um PIB trimestral de apenas 0,2%.

Fonte: Imprensa Democratas 

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