quarta-feira, 22 de junho de 2011

Um papel central na vida política do país.



Caro,
Merval Pereira
Em primeiro lugar desejamos felicitá-lo pela nova condição de imortal, ao ser eleito para a Academia Brasileira de Letras, escolha das mais merecidas, porquanto representa o que há de melhor no jornalismo brasileiro, na medida em que empenhado no debate de idéias.
.
Ao escrever-lhe queremos fazer uma ponderação, a propósito do seu artigo publicado no dia 3 de junho.

Entendemos que o artigo em apreço reflete o desconforto geral com a insensibilidade da classe política no que respeita à reforma política - ignorando solenemente que no governo representativo a democracia se exerce através de partidos políticos - e não há porque multiplicá-los. Em termos programáticos, devem advogar determinado modelo de sociedade, que não são muitos.

Parece-nos, seria de justiça destacar que nos notabilizamos na procura de formas de melhorar a qualidade do processo político, inclusive não nos limitando à atuação legislativa. Cabe lembrar que decorreu de nossa iniciativa que o Supremo Tribunal Federal tornasse oficial o nosso entendimento que, nos termos da Constituição, o mandato pertencia ao partido. Graças a tal disposição, passou a vigorar o princípio da fidelidade partidária, sem dúvida grande avanço.

Outra ressalva que entendemos ser-nos merecida diz respeito ao fato de que, a partir da criação da Frente Liberal - que viabilizou a transição pacífica dos governos militares, através da eleição de Tancredo Neves - nunca pretendemos nos situar à esquerda do espectro político nem sequer nos confundir com a social democracia.

Na verdade, ocupamos um papel central na vida política do país, assegurando a convocação da Assembléia Constituinte, compromisso que havíamos assumido no processo de abertura; alertando a Nação para os retrocessos que a Carta inseria e corrigindo-os, quando se apresentou a oportunidade. E, mais que tudo, trabalhando incansavelmente para assegurar o normal funcionamento das instituições.

A Frente Liberal deu origem ao Democratas, que mantém os mesmos princípios e a determinação de construir uma nação onde o estado seja regulador e não protagonista em áreas em que a iniciativa privada é mais competente e tem mais a contribuir com o Brasil. Entendemos que o Estado deve cuidar prioritariamente da educação, da saúde e da segurança dos brasileiros .

A esse propósito, tomo a liberdade de recomendar-lhe publicação do National Institute for International Affairs, mantido pelo Congresso norte-americano, com recursos do conhecido Endowment for Democracy. Tem este expressivo título: Manual on Political Party Identity and Ideology (2008). Pode ser acessado no link

Seu atento leitor,

José Carlos Aleluia,

Vice-Presidente Nacional do Democratas

E Presidente da Fundação Liberdade e Cidadania.


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