Para tristeza daqueles que desejam um país mais
benemérito e um senado que represente de forma digna os anseios da sociedade
brasileira, a eleição do senador Renan Calheiros (PMDB) como presidente do
Senado é um tapa doloroso em nossas faces.
Não é ético eleger para presidir o senado um
ex-presidente do próprio, que deixou o cargo no final de 2007 por denuncias que
afirmavam que o senador recebia dinheiro de lobista, para pagar pensão de sua
filha. Agora eleito presidente, o senador Renan Calheiros pode virar réu em
processo criminal caso o Supremo Tribunal Federal (STF) acolha a acusação apresentada
pelo ministério público, por peculato, falsidade ideológica, e uso de documento
falso.
Infelizmente não é de ética que vive o senado
brasileiro, ou pior, a política brasileira. A cada
situação desagradável como essa, o nosso país fica menor e o
sentimento de impunidade retorna com força em um país que começa a acreditar
que os corruptos serão punidos. Com certeza essa foi a principal mensagem do
julgamento do Mensalão, que teve como relator o ministro e atual presidente do
STF, Joaquim Barbosa.
Todos nós já sabíamos do desfecho
final dessa votação, afinal de contas o corporativismo torpe, tem sido uma das
principais marcas da política brasileira. Não generalizando, pois uma
generalização desse tipo, só protege os corruptos e criam entraves para o
surgimento de novos quadros, que já se apresentam sob o olhar
da desconfiança.
A grande verdade é que o político brasileiro
descobriu que nosso povo tem memória curta, sendo assim,
os prejuízos não serão de longo prazo, ou melhor,
nas próximas eleições já não serão lembrados e se lembrados forem os
marqueteiros cuidaram disso, pois o povo é fácil de ser enganado.
“Talvez, para não dizer com certeza, eles nem
saibam o que está acontecendo, agora fica um grupinho fazendo zoada mas logo
isso passa e assim continuaremos fazendo do estado público o nosso privado.”
Certamente assim pensam alguns de nossos “representantes”.
Em 2009 o então presidente do senado, José
Sarney, enfrentou uma serie de denúncias, foi acusado de nomear parentes por
meio de atos não publicados pela instituição. O senado registrou mais de
300 atos secretos, que resultaram em 11 pedidos de cassação do mandato de
Sarney. Várias manifestações foram realizadas, o senado brasileiro entrou em
crise. O que aconteceu? Todos os pedidos de cassação foram arquivados e Sarney
foi reeleito presidente do senado em 2011, ou seja, a história se
repete.
A eleição de Renan Calheiros não me surpreende
justamente pelo histórico recente da política brasileira, que se confunde com a
própria corrupção. Nós temos quadros dignos em todos os partidos, me
corrigindo, não sei se posso dizer todos, pois no Brasil partido
político virou investimento com retorno de curto prazo.
Como disse o 16º presidente dos Estados Unidos,
Abraham Lincoln, a quem eu tenho grande respeito e admiração, “Um boletim de
voto tem mais força que um tiro de espingarda”. Essa mensagem foi dita a mais
de um século e nós ainda não compreendemos a força do voto, o maior poder de
uma sociedade.
A política brasileira está carente de
estadistas, de lideres que pensem nas próximas gerações. O que me surpreende é
a falta de prioridade com a educação no Brasil, que facilita a manutenção dos
corruptos no poder.
Bruno Alves
Presidente da Juventude Democratas Bahia
E ae Presidente vamos fazer o q???
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