Estados Unidos e os 27 países da União Europeia deram
início às negociações para criar uma gigantesca área de livre comércio no
hemisfério norte.
Caso seja efetivado, o acordo iria abranger transações
comerciais que superam US$ 2 bilhões por dia. Só de remoção de impostos, os
valores somariam US$ 180 bilhões anuais.
É uma ideia que aposta na abertura de fronteiras como
ferramenta para a retomada do desenvolvimento econômico dessas nações do
hemisfério norte.
Mas o que essa tentativa de pacto entre gigantes tem a
ver como Brasil? Muita coisa.
Na prática, nos últimos 20 anos, o país só conseguiu
fechar três acordos de livre comércio, com Israel, Palestina e Egito. As
conversações para a criação de uma área de livre comércio nas Américas,
iniciadas no governo FHC, foram arquivadas na gestão PT. Enquanto isso, no
resto do mundo houve outros 543 acordos laterais e regionais.
Tais acordos significam maiores facilidades para a
circulação de mercadorias e serviços. Costumam ter como consequência aumento do
Produto Interno Bruto e mesmo da qualidade de vida das populações envolvidas.
Mais atentos ao que ocorre no mundo, países como o Chile
fecharam 21 acordos comerciais nos últimos anos, o México, 13, o Peru, 12, e a
Colômbia 11. No caso da América do Sul, em boa parte embalados pelos tratados,
Peru, Chile e Colômbia cresceram em média 5% em 2012. No Brasil ficamos com 1%
de crescimento.
Mas enquanto o mundo e nossos vizinhos se mexiam e
fechavam pactos, nossa diplomacia estava mais preocupada em cumprir agendas
ideológicas incluindo apoiar veladamente regimes antiamericanos como os do
Irã e da Venezuela.
Outra prioridade brasileira foi reforçar as relações
sul-sul com a África. Do ponto de vista humanitário, talvez algo defensável.
Mas na prática, a movimentação do nosso governo tem servido para justificar
ditaduras sanguinárias.
A próxima viagem da presidente Dilma, para Guiné Equatorial,
é emblemática nesse sentido. O presidente Obiang Nguema Mbasogo, está há 34
anos no poder. Segundo a ONG Human Rights Watch, Mbasogo é um dos líderes mais
corruptos do mundo. O país é conhecido como “Auschwitz da África”.
Ao invés de buscar tratados comerciais pelo mundo,
outra obsessão do governo brasileiro tem sido defender a já caquética ditadura
cubana. Integrantes do Palácio do Planalto estiveram diretamente envolvidos com
a tentativa de desmoralizar a dissidente Yoani Sanchez, em visita ao
Brasil.
Mas, enquanto o Brasil cochila, países como a China
acabaram por avançar sobre a nossa proporcionalmente pequena fatia de vendas
para nações ricas.
Entre 2004 até o final de 2011, por exemplo, nossas
exportações para os americanos subiram de US$ 20,4 bilhões para US$ 25,9
bilhões. Ou seja, dos US$ 2,2 trilhões que os EUA importaram no ano passado,
fomos responsáveis apenas por US$ 26 bilhões - pífios 1,18%.
As exportações da China para os EUA subiram de US$ 100
bilhões para US$ 399 bilhões em 2011. É mais de 15 vezes maior do que as vendas
do Brasil aos americanos. Com mais pragmatismo e menos ideologia, a China tomou
um lugar que poderia ser nosso.
“O governo brasileiro parou no tempo. Recusa-se a
entabular negociações bilaterais de livre comércio. Enterrou o projeto da Área
de Livre Comércio das Américas (Alca), não consegue evoluir no projeto de
liberação do comércio entre Mercosul e União Europeia e só anda para trás nas
relações comerciais dentro do Mercosul, onde, em vez de diminuir, as travas só
aumentam”, afirma o colunista do Estado de S. Paulo,
Celso Ming.
O Democratas é, historicamente, o único partido
brasileiro a defender claramente posições como as que estão sendo tomadas por
EUA e a União Europeia.
Está na hora de pegar essa bandeira de abertura de
fronteiras e diminuição de impostos e ajudar a implantá-la no Brasil.
Fonte: Imprensa Democratas
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