Que o Brasil avançou na última década, restam
poucas dúvidas. O desemprego se mantém em uma taxa razoavelmente baixa, a renda
e o consumo têm crescido constantemente e os índices de miséria continuam em
diminuição.
Com esses dados em mãos, o Partido dos
Trabalhadores poderia ter apresentado à nação uma análise mais equilibrada de
seus dez anos de poder.
Mas o PT não conseguiu se manter nos rígidos
limites da honestidade intelectual. Em uma cartilha apresentada em um bizarro
estilo stalinista, preferiram mistificar, inventar e, no limite, utilizar a
mentira como arma política.
Ao invés de comemorar uma década à frente do
Planalto com uma agenda positiva, o PT resolveu atacar a gestão anterior. Um
partido político com três êxitos seguidos nas eleições presidenciais não
consegue superar o ranço autoritário e a ojeriza às críticas.
A sorte do Brasil é que por aqui existem imprensa
livre e partidos de oposição, ao contrário de Cuba. No dia seguinte após a
divulgação da apostila, já era possível conhecer a maioria de suas distorções
do documento petista.
Por exemplo, em comparação com os vizinhos, a era
FH foi mais eficiente que o período PT. Entre 1995 e 2002, o Brasil cresceu
mais do que os países da América Latina e da América do Sul.
Nesse período, o crescimento
do PIB per capta da América Latina foi de 0,7%. Na América do Sul foi de –
0,2%. Negativos! Mas no Brasil houve um avanço de 1%.
Já em toda a era PT, entre 2003 e 2012, a média de crescimento do PIB da América Latina foi de 4,3% e a do Brasil de 3,6%.
Durante o petismo, período de pujança para os países exportadores de matéria prima, fomos lanterninha no crescimento entre os colegas de economia semelhante.
Faltou também o PT dizer em sua cartilha que a
queda do desemprego de 10,5% para 4,6% se deveu em grande parte à manutenção da
essência da política macroeconômica do governo anterior, baseada em
estabilidade monetária.
A cartilha chega a dizer que a desigualdade só
passou a diminuir a partir de 2003. Esquece que o processo remonta no mínimo a
1994, ano do Plano Real. Além disso, a cartilha parece ignorar que a inflação
caiu exatamente devido ao Plano Real.
O texto está em linha com as palavras arrogantes da
presidente Dilma, que afirmou que os petistas não herdaram o Brasil,
construíram o Brasil.
Não se fala em nenhum momento na cartilha que os
programas sociais foram originados na era PSDB/DEM. Logo após tomar posse, em
2003, o ex-presidente Lula mandou arquivar o programa Fome Zero, do PT, e
preferiu expandir e mudar o nome das ações já existentes.
Ao fazer apologia da era petista, a cartilha
petista também deveria ter lançado luz sobre como anda o governo da presidente
Dilma Rousseff. Como preferiu olhar para trás, algumas informações:
O crescimento percapta do Brasil em 2012 será de
0%, de acordo com as projeções do PIB.
Com relação ao IDH, estamos estacionados em
comparação ao mundo em um nada honroso 84º lugar.
E as promessas da Dilma? Um verdadeiro fiasco
conforme levantamento do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi),
do Democratas sobre o orçamento de 2012.
· O
programa de inclusão digital, promessa de Dilma, recebeu apenas 33,7% dos
58 milhões previstos no orçamento.
· Os
programas do Pronaf só receberam 17,8% da
previsão orçamentária.
· A
conhecida promessa de criar 6 mil creches só recebeu R$ 692
milhões dos 2,4 bilhões prometidos para 2012 (28,3%).
· Com
relação à transposição do rio São Francisco, um vexame
conhecido. Foram liberados R$ 318 milhões de uma previsão de R$ 1,85 bilhão, ou
o equivalente a 17,2%.
· A
previsão era gastar R$ 942 milhões na construção de 8,6 milhões de Unidades
Básicas de Saúde (UBS) em 2012. O gasto foi de 110,3 milhões (11%).
· A
construção de 500 unidades de pronto atendimento UPA recebeu
R$ 34 milhões de uma previsão de R$ 490 milhões. Pífios 6%.
· Já
os 2.883 postos de Polícia Comunitária não receberam nenhum Real dos 9,5
milhões previstos.
Difícil dizer que um governo sem capacidade de
gastar o dinheiro que tem seja administrado.
Os dados estão aí para se contrapor a um governo
que só tem uma maneira de se comunicar: na linguagem publicitária e no discurso
de divisão do País.
Fonte: Imprensa Democratas
2014 vem aí! Eu só quero ver se desta vez os brasileiros vão preferir crer nas ilusões petistas.
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