Hoje estive na Câmara Municipal de Salvador, onde participei da audiência publica pela revitalização do Pelourinho, promovida pelo vereador Geraldo Junior (PTN). Esperava sair da câmara com ações efetivas e emergenciais sendo divulgada, mas não foi isso que ocorreu. Quem esperava por alguma ação efetiva, assim como eu saiu frustrado.
A audiência contou com a participação dos representantes dos órgãos municipais e estaduais, artistas e lideranças comunitárias.
O superintendente de Gestão Integrada da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, André Oliveira, afirmou que o “Pelourinho é prioridade”, mas não mostrou nenhuma ação efetiva para a área, afirmou ainda que, “É um grande desafio trabalhar de forma integrada”, mais não mostrou nenhuma integração.
O secretário Municipal de Serviços Públicos, Marcelo Abreu, externou o desejo do prefeito João Henrique Carneiro (PP) de que o debate promovido pelo vereador Geraldo Júnior (PTN) resulte em projetos concretos para o Centro Histórico. Mas o mesmo não mostrou nenhum projeto nem externado pelo prefeito, nem pela sua secretaria. Para não sair em branco, garantiu que iria acabar com a desorganização do comércio no Pelourinho, segundo ele de forma permanente, com a manutenção e limitação dos 133 comerciantes e as 22 baianas que já são cadastradas. Basta saber quando serão organizados os mesmos, e como será feita essa fiscalização, entre outras interrogações pertinentes ao assunto.
O superintendente da empresa Salvador Turismo (Saltur), Claudio Tinoco afirmou que “os números de abordagens de pedintes, a prostituição e a violência ainda são muito altos”.
Ou seja, muito se falou e nada foi mostrado, nenhuma ação foi anunciada, mostrando assim que fora do discurso os projetos não se desenvolvem. Observei também a baixa presença de moradores, comerciantes e frequentadores do Centro Histórico que já estão cansados dos discursos sem ações na pratica. O comerciante Clarindo Silva, proprietário da Cantina da Lua, de forma emocionada criticou a lentidão das ações voltadas para o Pelourinho, “O Pelô está cansado de projetos. Não temos mais tempo. O Centro Histórico, atualmente, só serve de palanque político”, bastante emocionado encerrou desabafando, “O Pelourinho pede socorro e está cansado de promessas”.
Para tentar resolver a situação do Pelô, o prefeito João Henrique, criou, em agosto de 2009, uma subprefeitura. Mas, no dia 02 de janeiro deste ano, o subprefeito José Augusto Leal foi exonerado, e as atividades, encerradas.
Como podemos observar aqueles que no passado faziam criticas ao processo de revitalização do Pelourinho, hoje não sabem o que fazer. E o resultado de tudo isso é o abandono, do nosso patrimônio, maior conjunto arquitetônico barroco da América Latina, tombado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade desde 3 de dezembro de 1985.
Quem não se lembra da visita do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva à Salvador? Em solenidade na Praça Municipal, no Centro, Lula e o governador Jaques Wagner lançaram o Plano de Reabilitação Participativo do Centro Antigo de Salvador (CAS), um conjunto de 14 propostas de integração social e econômica, de habitação, cultura, turismo, meio ambiente, segurança e patrimônio. Além disso, anunciaram o PAC das Cidades Históricas, onde iriam ser feitas a recuperação de acessos ao Centro Histórico, dentre outras ações, onde seriam investidos R$ 207 milhões. Gostaria de saber como andam as obras do PAC das Cidades Históricas em Salvador? Vale ressaltar que os acessos ao Centro Histórico de Salvador, continuam abandonados e entregues a marginalidade e usuários de drogas. É difícil visitar o Pelourinho e não se deparar com a triste cena do consumo de drogas a céu aberto.
Recordo-me que no dia da sua visita, de forma irônica Lula afirmou, “Não pretende fazer obras de fachada”, hoje até as fachadas estão caindo.
A falta de investimentos no Pelourinho atinge os comerciantes do local, dos 390 restaurantes, bares e pousadas abertos há oito anos, hoje existem apenas 173. Apesar de ser um ponto turístico conhecido no Brasil e no mundo, o Pelourinho não é mais o mesmo. O Pelourinho que tanta exportou as suas manifestações culturais hoje se encontra abandonado.
Já cheguei a pensar que o Pelourinho era vitimado pelo preconceito ideológico, mas hoje não observo dessa forma, o problema é de gestão municipal, estadual e federal. Não haverá sucesso enquanto não forem admitidos os erros do presente, insistir no discurso retrogrado e querer apenas justificar o momento atual com possíveis erros do passado é um grande equivoco. Já estamos no segundo mandato do prefeito João Henrique (PP), o mesmo acontece com o governador Jaques Wagner (PT) e ainda não tivemos ações efetivas para aquela região, isso é inadmissível.
O Pelourinho hoje vive e sangra diariamente com os problemas sociais, até quando o Pelourinho continuará a ser castigado?
Como tudo que é feito pelo PT tanto a nível federal, como estadual não passou de "BRAVATA".
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