segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Que pibinho é esse?



O crescimento de apenas 0,6% do Produto Interno do Brasil no terceiro trimestre de 2012 em comparação com os três meses anteriores conseguiu ser pior do que as previsões mais pessimistas. Acreditava-se que o índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última sexta-feira ficaria entre 0,9% e 1,4%.

Com esse baixo ritmo de crescimento da economia, o PIB do ano atual deve ficar apenas em 1%. Entidade do porte da Confederação Nacional da Indústria prevê um avanço menor: de 0,8%.

Não custa mais uma vez lembrar de que a previsão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, era de 4,5%. O ministro ainda zombou de quem não era tão otimista. Considerou “piada” o PIB de 2% para 2012 estimado por economistas do banco Credit Suisse.

Tudo indica que o PIB brasileiro será o segundo pior da América Latina. Estaremos à frente apenas do Paraguai.

Na confrontação com os chamados Brics, estamos na lanterna do crescimento. Na comparação do PIB do terceiro trimestre com igual período do ano anterior, o crescimento brasileiro de 0,9% ficou atrás da China (7,4%), Índia (5,3%), Rússia (2,9%) e África do Sul (2,3%).

As revisões para baixo já transbordaram para 2013. O esperado crescimento de 4% no próximo ano já pode ser inferior a 3,5%.

O índice de 0,6% do crescimento trimestral do Brasil se deve principalmente à queda nos investimentos (-2%) e a paralisação nos serviços (0%), o maior componente do PIB. A boa notícia é que houve recuperação na indústria de transformação (1,15%) e bom desempenho da agropecuária (2,5%).

No caso do consumo, um dos índices mais importantes para projetar a popularidade de um governo, a alta foi de 3,4% em relação ao terceiro trimestre de 2011, a 36ª taxa positiva consecutiva. No entanto, o resultado não impulsionou a indústria na mesma proporção. Em relação ao segundo trimestre, o crescimento do consumo ficou em 0,9%.

No caso específico dos investimentos, que servem de parâmetro para projetar crescimentos futuros, foi a quinta queda consecutiva.

De acordo com o colunista do Estado de S. Paulo, Celso Ming, diante de mais um desempenho decepcionante do PIB, a tentação recorrente do governo Dilma é reforçar suas políticas anticíclicas pelo lado errado: é returbinar o consumo com o aumento das despesas públicas, com mais renúncias tributárias, mais crédito, mais queda dos juros e mais desvalorização cambial (alta do dólar).

A atuação do governo, de acordo com Ming, é insistir na fórmula que está dando errado. “O orçamento das famílias está excessivamente comprometido com dívidas e compras antecipadas - conforme mostram os índices de inadimplência, altos demais. Mais queda dos juros sem derrubada mais forte da inflação afastará ainda mais os aplicadores e prejudicará a rolagem da dívida do Tesouro, como já está acontecendo”, afirmou. 

Por outro lado, os investimentos produtivos completaram no terceiro trimestre o mais longo período de queda em 13 anos, mostraram os dados do IBGE. De julho a setembro, o tombo foi de 2% em relação ao segundo trimestre e de 5,6% na comparação com igual período de 2011. Com isso, a taxa de investimentos ficou em 18,7% do PIB.

A saída para essa situação de PIB medíocre seria tentar aumentar os índices de investimentos, atualmente negativos. Mas o governo não faz a sua parte: não promove reformas estruturais, é lento e omisso na melhora da nossa infraestrutura, mantém a carga tributária nas alturas e prima pela incompetência gerencial.

Uma outra conclusão é correta: não se pode colocar a conta do PIB baixo na sociedade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBTP), a média da carga tributária na era Dilma deve chegar a 35,9%, em 2011 e 2012. Nos oito anos de Lula, ficou em 34%. Nos anos FHC, foi de 28,6%. 

Palavras do presidente do Democratas, José Agripino sobre o PIB lá em baixo: "Esses dados são desastrosos para o Brasil no plano internacional. É a confirmação do que estamos lamentavelmente assistindo, que os remédios adotados pelo governo como forma de estimular a economia são claramente ineficazes".

Fonte: Imprensa Democratas

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