sábado, 1 de dezembro de 2012

PIB de Dilma Rousseff decepciona e o Brasil deve ter "biênio perdido"



PIB decepciona no 3º tri e derruba previsões de crescimento para 2013. Estimativas caem de 4% para entre 3% e 3,5% no ano que vem; mercado teme intervencionismo.Menor que 2% ao ano, taxa média de crescimento sob Dilma se aproxima da das 'décadas perdidas' de 1980 e 1990

A recuperação econômica esperada por governo, investidores e analistas não veio, e as projeções para o futuro próximo se tornaram rapidamente mais pessimistas.

Divulgada ontem pelo IBGE, a expansão muito abaixo do esperado da produção nacional no terceiro trimestre aponta que a primeira metade do mandato da presidente Dilma Rousseff será uma espécie de "biênio perdido".

A taxa média de crescimento no período deverá ficar abaixo de 2% anuais, comparável às de décadas batizadas de perdidas como as de 80 e 90 -um pouco acima da primeira e abaixo da segunda.

Mas a piora dos humores não se limita aos eventos passados. Assim que souberam da expansão de apenas 0,6% de julho a setembro, analistas e investidores começaram a rever para baixo suas expectativas para o próximo ano.

Mesmo com a aguda redução dos juros, gastos públicos recordes e desonerações tributárias em série, são poucos os que ainda apostam em crescimento vigoroso.

Em vez dos 4% que eram consensuais entre governo e setor privado até o início do mês, a média das projeções para 2013 caminha para algo entre 3% e 3,5%.

Se não chegaram a abalar os bons números do emprego no mercado de trabalho, as sucessivas decepções trimestrais com o PIB semearam a descrença com o potencial da economia do país.

A crise financeira e econômica no mundo desenvolvido abalou a indústria, os investimentos e as exportações, que demoram a reagir aos pacotes oficiais de incentivo.

A multiplicação do crédito e a escalada do consumo familiar, motores da economia nacional nos anos Lula, estão limitadas pela alta da inadimplência e pelo esgotamento da etapa mais vistosa de ascensão social.

Não por acaso, o Brasil deve encerrar o ano com a pior taxa de crescimento entre as principais economias fora da Europa -inferior às de seus vizinhos latino-americanos e dos demais gigantes emergentes China, Índia e Rússia.

Boa parte dos emergentes teve no trimestre crescimento superior ao brasileiro.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que contava com uma taxa trimestral de ao menos 1%, procurou salvar o que pôde do resultado: apontou a aceleração sobre os meses anteriores.

Em entrevista à Folha nesta semana, Mantega adiantara que estão em preparação mais medidas de estímulo para 2013. O mercado já especula que o desapontamento tende a acirrar o ânimo intervencionista do governo.

Fonte: Folha de São Paulo

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