sábado, 1 de dezembro de 2012

Dinheiro do turismo muda de lado no bolso, e Salvador perde espaço para outros destinos baianos


Capital baiana acabou perdendo espaço para outras regiões, como o Litoral Norte e a Costa do Descobrimento.

Houve um tempo em que viajar para Salvador e viajar para a Bahia tinham o mesmo significado para os turistas. Hoje, o estado continua sendo o líder em turismo no Nordeste, mas a capital baiana acabou perdendo espaço para outras regiões, como o Litoral Norte e a Costa do Descobrimento (que inclui Porto Seguro, Trancoso e Arraial d’Ajuda).
Por abrigar o principal aeroporto, a capital ainda é o destino mais visitado pelos turistas, mas eles não ficam na cidade por muito tempo e logo partem em busca de outros municípios com mais atrações no estado. Uma pesquisa da Câmara Empresarial do Turismo (CET) da Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio), no período entre 2009 e 2011, mostrou que a capital caiu 13% em número de pernoites. Em compensação, o Litoral Norte cresceu 50% e Porto Seguro, 40%, no mesmo período.

Em 2011, o fluxo na Bahia foi de 11 milhões de viajantes, vindos de outros estados (5,3 milhões), do exterior (558 mil) e da própria Bahia (5,2 milhões), segundo uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Porto Seguro  

Dono do resort La Torre, em Porto Seguro, o empresário italiano Luigi Rottuno é a prova dessa mudança no perfil do turismo na Bahia. “Construí o resort há sete anos e o ano de 2012 está sendo o melhor de todos. Antes atendia mais o turista estrangeiro, mas hoje hospedamos também muitos turistas nacionais, alguns das classes C e D, que estão viajando pela primeira vez”, conta Rottuno.

O empresário ampliou o número de apartamentos de 80 para 225 e, mesmo assim, registra média de ocupação de mais de 80%. E olhe que o melhor mês, dezembro, está começando agora!
Luigi Rottuno se apaixonou pela cidade após uma viagem por todo o litoral brasileiro, e fala com conhecimento de causa sobre seus atrativos. “Porto tem um carisma fantástico. O clima é maravilhoso, as praias, a natureza, não tem prédios”, enumera. 
O empresário investiu no resort, que é um dos três únicos do Nordeste que estão credenciados a receber seleções. “São 54 hotéis credenciados no Brasil, três no Nordeste, dois na Bahia. Um deles é o meu”, gaba-se, estusiasmado com a Copa das Confederações e o Mundial.
Ações 


Já o secretário estadual de Turismo, Domingos Leonelli, conta o que está fazendo para pulverizar o turismo no estado. “Procuramos patrocinar atrações fora do período de alta estação, que é para compensar a baixa estação. É assim com o Festival do Chocolate, em Ilhéus, e com o Festival do Descobrimento, em Porto Seguro”, diz.


Fora do turismo de praia, Leonelli destaca a Chapada Diamantina, outra região turística do estado. “Lutamos e conseguimos dois voos semanais para Lençóis. Também patrocinamos um evento em Mucugê com mais de 700 ciclistas”.
Leonelli lembra que os maiores concorrentes da Bahia pelo turista estrangeiros são Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. “Paraná é por causa de Foz do Iguaçu, e em Santa Catarina é o turismo rodoviário de países vizinhos, como Uruguai, Paraguai e Chile”, explica.
Com relação ao mercado nacional, Salvador e Litoral Norte respondem por 41,6% dos turistas que visitaram a Bahia em 2011. A capital, que possui uma maior oferta de hotéis (35 mil leitos), pousadas e imóveis para aluguel, representa 32,5%. Já Praia do Forte, Costa do Sauipe e Imbassaí somam 9,1%. 

Porto Seguro é o segundo destino, com 9%.


Depois vêm Ilhéus (4,3%), Prado (3,8%), Praia do Forte (3,5%), Morro de São Paulo (3,4%), Arraial D’Ajuda (3,3%), Costa do Sauipe (2,9%), Imbassaí (2,7%), Maraú (2,5%), Itacaré (2,2%), Lençóis (1,8%) e Trancoso (1%).


Boca a boca é o fator decisivo para a viagem


Não adianta colocar uma propaganda bonita no site, investir em televisão, rádio, jornal, se todo mundo sair falando mal da cidade. “Sabemos que a recomendação é um fator decisivo para a viagem. E para o boca a boca ser bom, tem que investir nos serviços”, diz o secretário de Turismo, Domingos Leonelli.

Para isso, a Setur investe na qualificação profissional de pessoas que trabalham diretamento com o turista, como baianas e taxistas, além de possuir um telefone específico para informações turísticas em três línguas, o 3113-3103.
O secretário explica que, apesar de preferir que os baianos viajem pela própria Bahia, é o poder emissivo do estado o principal argumento para conseguir voos diretos para cá. “Prefiro que eles gastem o dinheiro aqui, mas já que viajam para fora, a gente argumenta com isso para trazer voos”, diz.
Entre esses, estão os voos charter entre Salvador e Buenos Aires, Salvador-Cordoba e Salvador- Rosário, que serão operados apenas entre os meses de janeiro e março. “Damos preferência para a América do Sul”, conta.

Fonte: Correio 

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