O número de homicídios no país teve uma queda de 2,1% entre 2009 e 2010, conforme revela o Anuário de Segurança Pública divulgado nesta quarta-feira pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ano passado, foram contabilizados 20.974 assassinatos, 1.051 mortes a menos que em 2009. Mas os dados não podem ser comemorados. A redução dos índices é atribuída ao repasse de informações incompletas pelos governos de Minas Gerais, Santa Catarina, Espírito Santo e Amapá. Os dados fornecidos pelo governo do Rio de Janeiro também ainda não são considerados inteiramente confiáveis.
Num momento em que se fala da lei de acesso a informação, o sistema de segurança pública do país está longe de ser transparente. As estatísticas ainda são muito precárias - afirmou o sociólogo Renato Lima, secretário-geral do Fórum.
O governo de Minas Gerais só repassou ao governo federal 74% dos dados criminais disponíveis. O banco de dados do governo federal é a fonte principal de informações ao anuário elaborado pelo fórum. Mas o caso mais grave de descaso com as estatísticas sobre violência é de Santa Catarina. As informações repassadas pela administração do ex-governador Luiz Henrique (PMDB) representam apenas 31% das ocorrências registradas pelas unidades policiais do estado.
Mesmo com a subnotificação, o número de homicídios em Minas teve um crescimento de 22,6%. O aumento de homicídios foi ainda mais expressivo em Alagoas (48%) e no Rio Grande do Norte (23,9%). Rio de Janeiro e São Paulo estão na lista de estados que registraram redução de mortes violentas. No Rio o número de assassinatos caiu 16,8% entre 2009 e 2010. Em São Paulo a queda foi de 4,9%.
Para 51% dos entrevistados, Judiciário "nada ou pouco confiável"
Pesquisa divulgada pelo fórum informa que 65% dos entrevistados consideram a polícia "nada ou pouco confiável". A desconfiança se estende também aos magistrados. O estudo mostra que 51% dos entrevistados declaram que o Judiciário brasileiro é "nada ou pouco confiável". A sondagem foi feita em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco. O anuário aponta ainda que o Brasil gasta em segurança pública mais até que países desenvolvidos, mas ainda assim continua com elevadas taxas de assassinatos.
"O Brasil gasta muito, mas gasta muito mal.
O Brasil gasta muito, mas gasta muito mal. Não conseguimos reduzir as taxas de violência e nem garantir direitos. O estado brasileiro não esta dando conta do recado - afirma Lima.
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