segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Um país emperrado no IDH


Devido ao crescimento econômico e social dos últimos anos, o PT tenta passar à população que faz o melhor governo do planeta. Mas a verdade é que se formos analisar todos os países do mundo, iremos descobrir que o Brasil não vai tão bem assim a ponto de se descolar dos demais. Muito pelo contrário.

Na última década, principalmente, houve uma onda de crescimento mundial e o Brasil soube aproveitar. Mas não tão bem como boa parte dos países emergentes.

Divulgados na semana passada, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), das Nações Unidas, retratam essas teses em números. Mostraram que no Brasil há avanços em passos lentos na saúde, renda e expectativa de vida.

Sétima economia do mundo, o Brasil só avançou uma posição no índice geral do IDH em relação ao último ano. Passamos do 85º para o 84º lugar em 187 nações.

Por reunir fatores como renda, educação, transporte público e saúde, entre outros, o IDH é considerado o melhor método de avaliação das condições econômicas e sociais das nações. Por ele, o Brasil é considerado um país de alto desenvolvimento humano.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que organiza o IDH, o Brasil passou de 0,715 para 0,718 em um índice que pode chegar até a 1.
Veja matéria de O Globo sobre o tema: http://migre.me/63lZ4

Em um ano, o Brasil melhorou na expectativa de vida, de 73,1 anos para 73,5 anos; e na renda per capta, de US$ 9,8 mil para US$ 10,2 mil. No entanto, não houve avanços em índices considerados fundamentais como a média de estudo de cada brasileiro, estacionada em 7,2 anos.

Para se ter uma ideia, essa média educacional brasileira é equivalente ao do Zimbábue, país que ocupa o 173º lugar no ranking da ONU.

Nosso índice de desenvolvimento humano equivale ao dos EUA há 40 anos ou da França e da Itália no começo dos anos 80. Ainda estamos atrás de países instáveis politicamente como a Líbia e o Líbano.

Entre outros problemas, temos um índice de alfabetização de adultos pior do que o da Bolívia e de escolarização de universidades abaixo do Paraguai. O curioso é que um dos melhores níveis de educação na América Latina se encontra no Chile, onde estudantes têm feito protestos nessa área contra o governo. Se estivessem no Brasil teriam mais motivos para fazerem suas passeatas...

De acordo com o consultor do PNUD, Flávio Comim, podemos falar que há desaceleração do desenvolvimento humano do Brasil nesses últimos anos: “Difícil falar em progresso, principalmente com a mudança metodológica de 2010. O que vemos é que os dados absolutos da educação permaneceram os mesmos. Os dados da saúde melhoraram um pouco e o mesmo pode ser dito da renda. Mas o momento que vivemos é de desaceleração do crescimento do IDH”, afirmou.

Um ponto significativo para o Brasil tem sido a elevação da expectativa de vida, que subiu 11 anos desde os anos 80.

Já um ponto negativo foi a desigualdade. O país perdeu 13 posições nesse índice, caindo para a 97ª colocação.

Na América Latina, um quase vexame. O Brasil ainda está atrás de 19 países do continente. Dois deles, Chile e Argentina, são classificados como nações do grupo de desenvolvimento muito elevado, na 44ª e 45ª posição, respectivamente.

Ainda à frente do Brasil, mas no mesmo patamar de desenvolvimento humano elevado, estão países Uruguai (48º lugar), Cuba (51º), México (57º), Trinidad e Tobago (62º), Costa Rica (69º), Venezuela (73º) e Peru (90º).

Essa posição medíocre do Brasil dentro do subcontinente Americano não é exatamente uma surpresa. Entre 2003 e 2010, o crescimento médio do PIB per capita do País foi de 2,85%. No resto da América Latina, foi de 4,07%. Ou seja, crescemos bem menos do que os nossos vizinhos.

O país melhor colocado no ranking da OUN é a Noruega (0,943), seguida pela Austrália, Países Baixos, Estados Unidos e Nova Zelândia.

Os piores colocados estão na África: Chade, Moçambique, Burundi e República Democrática do Congo (0,286).

Entre os Brics, as maiores economias em desenvolvimento, o Brasil fica em segundo lugar, atrás da Rússia, 66ª posição com o índice 0,755. A China está em 101º (0,687), a África do Sul em 123º (0,619) e a Índia em 134º.

A conclusão é que se pode tirar desses números é que avançamos muito, sem dúvida. Porém em velocidade menor do que nossos vizinhos. O Brasil, portanto, possui potencial para se desenvolver de maneira melhor e mais consistente do que tem conseguido até agora.

Fonte: Imprensa Democratas

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