quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A fábrica de sindicatos fajutos


Em pleno feriado, mais fatos para atormentar o sono do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Após negativas, notas oficiais e esquecimentos seletivos, eis que surgem imagens, feitas no interior do Maranhão, nas quais Lupi sai do avião bancado supostamente por uma ONG que presta serviços ao ministério, conforme a denúncia da revista Veja.



Mais um exemplo desse festival de “pega na mentira”: o dono da ONG que alugou o avião, Adair Meira, contradisse o ministro e afirmou que ambos se conhecem, sim. Meira, entretanto, negou ter financiado os voos. Como o ministro, o PDT, os assessores, e ninguém mais ofereceu uma explicação factível de como a aeronave se deslocou, por enquanto, o voo ocorreu de graça.

Mas fora as confusões e desmentidos envolvendo Lupi e seu avião, o escândalo no Ministério do Trabalho abriu caminho tornar público um dos absurdos mais graves gerados no atual governo do PT. Os sindicatos brasileiros viraram fábricas de arrecadação de dinheiro do contribuinte sem necessidade de qualquer contrapartida.

Em 2009, por exemplo, foram cerca de R$ 2 bilhões distribuídos por entidades sindicais em todo o País. Sindicatos que, em sua grande maioria, apoiaram candidatos da base do governo nas eleições de 2010.

Esses recursos não são auditados por nenhum órgão do governo, como o Tribunal de Contas da União (TCU).

O resultado é que abrir um sindicato se tornou um ótimo negócio no Brasil. Fatura-se bem e não é preciso prestar contas ou oferecer bons serviços.

Nesse sentido, a manchete da Folha de S. Paulo de ontem mostra a ponta do iceberg do que pode estar ocorrendo. Segundo o jornal, Carlos Lupi teria autorizado a abertura de sete sindicatos fantasmas no estado do Amapá.

Em tese, os sindicatos representariam áreas indústrias do Amapá. Tais setores, entretanto, não existem no estado. Nenhum dos presidentes dos sindicatos é industrial. Eles são motoristas de uma cooperativa controlada por um aliado do deputado Bala Rocha, do PDT do Amapá.

As entidades, sem estrutura montada, têm direito a receber imposto sindical.
O ministério foi avisado pela Federação das Indústrias do Estado do Amapá de que esses sindicatos não tinham a quem representar. Mas a pasta alegou que “não cabe ao ministério apurar se os integrantes da entidade possuem indústria no ramo ao qual pretendem representar”.

Os certificados de autorização foram assinados pelo próprio ministro. Lupi chegou a ser avisado que os sindicatos fantasmas não tinham representação, mas não tomou providências.

Até agosto deste ano, a gestão Lupi já havia autorizado o funcionamento de 1.457 sindicatos em todo o Brasil. Há outros 2,4 mil na lista de espera. Só no primeiro semestre deste ano foram 182, média de um dia. O descontrole é geral.

“Há sinais contundentes de que a fabricação de sindicatos, federações e confederações vem atendendo a interesses políticos e partidários, não apenas trabalhistas. Denúncias, recebidas por ISTOÉ, indicam inclusive a existência de um balcão de negócios por trás da concessão das cartas sindicais, que chegariam a custar R$ 150 mil no mercado negro da burocracia federal”, afirma a revista.

O pior é que para conseguir registro, os interessados ainda precisam pagar propina, segundo a Isto É.

Em resumo, a gestão de Carlos Lupi frente ao ministério do Trabalho transformou em caos o sindicalismo brasileiro, para dizer o mínimo.

Por essas e outras, Lupi, apesar das declarações de amor e outras bravatas, na verdade tornou-se um “fardo pesado” para presidente Dilma Rousseff.

Cabe à presidente decidir se esse descalabro irá ou não continuar.

Fonte: Imprensa Democratas

Nenhum comentário:

Postar um comentário