segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sistemas de defesa e segurança em frangalhos


Seja nas Forças Armadas, na Polícia Federal ou mesmo nos sistemas estaduais de segurança pública, a situação do Estado brasileiro com relação à defesa de nosso território ou do cidadão é de enorme deficiência. Faltam recursos, pessoal e estratégias definidas. Mesmo onde as verbas são abundantes, os resultados são pífios.

Para começar, as Forças Armadas. Um relatório sigiloso divulgado no começo da semana passada pelo jornal Estado de S. Paulo comprova o sucateamento do setor militar no País.

Entregue recentemente ao Palácio do Planalto, o relatório mostra o estado de deterioração dos equipamentos das três Forças. Segundo os militares, os dados esvaziam a pretensão brasileira de obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Por exemplo, a Marinha brasileira hoje só tem condições de operar 4 de seus 23 jatos. E nenhum deles pode pousar ou decolar no porta-aviões São Paulo. Os aviões parados estão sendo “canibalizados” para fornecer peças aos que ainda conseguem voar.

Apenas metade das 100 embarcações de guerra está navegando. Dos cinco submarinos, somente dois operam. Das 74 viaturas dos Fuzileiros Navais (as mesmas utilizadas para subir os morros do Rio de Janeiro), apenas 28 funcionam (38%).

Na aeronáutica, dos 219 caças, 72 estão em operação (32%). Dos 81 helicópteros, 22 voam (27%). Entre as 174 aeronaves de transporte, só 67 estão em atividade (38%).

A metade exata dos 78 helicópteros do Exército está parada. Já entre os 1.610 blindados, são 982 os que podem sair do lugar (61%).

Na defesa de nossas fronteiras, atribuição da Polícia Federal, mais descaso. Tido como prioridade do governo Dilma Rousseff, o Plano Estratégico de Fronteiras praticamente não saiu do papel.

O plano previa a duplicação do efetivo operacional, melhoria das instalações, e pagamento de adicionais para os agentes lotados nas fronteiras. Devido ao corte de R$ 1,5 bilhão no orçamento do Ministério da Justiça, nada disso aconteceu.

Por exemplo, o aumento salarial dos policiais estava previsto para entre 20 e 40%. O reajuste, entretanto, já foi adiado para 2012.

O governo até conseguiu aumentar o envio de agentes da PF para atuar nas fronteiras, mas as remoções e aposentadorias tornaram o saldo nulo. Os concursos para cargos nas Forças Federais também foram cancelados.

O Plano prevê que 49 Veículos Aéreos Não Tripuláveis (Vants) vigiem nossas fronteiras. Apenas 1 já entrou em operação.

O anúncio de ampliar de 21 para 49 os postos de fronteiras foi só da boca para fora. Nenhuma nova unidade foi implantada.

Enquanto isso, todos nossos 16,8 mil km de fronteiras são patrulhados por apenas 500 policiais. Não custa lembrar que quase a totalidade das drogas consumidas aqui e boa parte das armas ilegais atravessa essas divisas.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado oficialmente na semana passada, mostrou que a violência é um flagelo que não para de crescer no Brasil.

O desenvolvimento econômico não reduziu os índices de homicídio, que aumentaram em 13 estados entre os anos de 2009 e 2010.

Os aumentos dos assassinatos foram dramaticamente expressivos em estados como Alagoas (42,8%) ou Sergipe (23%).

Os números gerais do Anuário mostraram uma queda de 2,1% no índice de assassinatos no Brasil como um todo em um ano. Porém, o avanço não é verdadeiro, pois algumas secretarias de segurança pública simplesmente não repassaram a totalidade das informações para a publicação.

O problema, nesse caso, não é exatamente falta de recursos. O Brasil está na média mundial de despesas com segurança em proporção ao PIB: 1,4%. O curioso é que o aumento de renda da população nos últimos anos não teve como consequência direta a diminuição da criminalidade.

Em qualquer âmbito que se investigue, é possível perceber que as áreas envolvendo segurança da população como um todo foram um dos grandes fracassos da gestão petista frente ao governo federal. Houve negligência, conivência com a bandidagem e descaso com os profissionais da segurança. Mais quem pagou um preço caro foi a sociedade inocente, muitas vezes em vidas humanas.

Fonte: Imprensa Democratas

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