quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sinais preocupantes de crise externa no Brasil


A crise econômica mundial não tem como foco os países em desenvolvimento como o Brasil. Atinge, principalmente, os EUA e as nações europeias. Nesse sentido, é impressionante o número de Estados ricos que mudaram a coloração partidária dos governos para colocar ordem na casa: Portugal, Irlanda, Itália, Inglaterra, Grécia e agora a Espanha, que elegeu o PP no último domingo.

Mas os reflexos da crise já podem ser percebidos por aqui por meio de alguns dados globais da economia brasileira divulgadas nos últimos dias.

Uma das consequências veio na criação de vagas de trabalho. A geração de empregos no Brasil recuou 38,4% em outubro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego.

Foi o pior resultado para o mês desde 2008, auge da chamada crise americana do subprime.

O índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) caiu 0,23% nos últimos três meses encerrados em setembro. Os principais recuos foram nas indústrias do Nordeste e do Sudeste.

Já o fluxo de recursos para o Brasil deve diminuir em 2011. Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) indica que o País deve perder neste ano cerca de R$ 9 bilhões de investimentos. Com isso, a relação investimento/PIB deverá recuar para 18,2%. Em 2010, foi de 18,4%.

O PIB do terceiro semestre também pode ter um crescimento próximo de zero, de acordo com o próprio Ministério da Fazenda.

A cautela em relação aos investimentos apareceu nos balanços das maiores companhias do País, revela o levantamento da empresa de informações financeiras Economática. No terceiro trimestre, o investimento da Petrobrás caiu 30% em comparação ao mesmo período de 2010, de R$ 25,6 bilhões para R$ 17,8 bilhões. No mesmo período, a Vale desembolsou 14,5% menos. A empresa investiu R$ 5,9 bilhões entre junho e setembro deste ano, ante R$ 6,9 bilhões em 2010.

Outra questão preocupante em um cenário de incerteza com relação ao futuro é o aumento da dívida pessoal dos cidadãos. Hoje, cada brasileiro deve R$ 3.274, de acordo o Banco Central.

Nos últimos três anos, clientes aproveitaram a oferta de crédito nos bancos e aumentaram sua dívida com as instituições financeiras em R$ 320 bilhões. Nesse mesmo período, a massa salarial mensal dos trabalhadores cresceu R$ 36,9 bilhões. Os números revelam que, grosso modo, brasileiros tomaram R$ 865 em novos empréstimos para cada R$ 100 de aumento da renda.

A explicação para uma diferença tão grande de ritmo no aumento da dívida e do comprometimento de renda estaria nos prazos e na taxa cobrada nos financiamentos. Atualmente, empréstimos às pessoas físicas têm prazo médio de 584 dias. Três anos atrás, eram 118 dias a menos para quitar as operações.

Com relação à escalada de endividamentos privados, o economista Santiago Nino Becerra faz um alerta: o Brasil pode viver hoje o que a Espanha viveu durante a euforia de consumo de meados da década.

O governo do PT sempre negou que seus êxitos econômicos estivessem fortemente vinculados com o que acontece lá fora. Agora, por coerência, não deveria culpar a crise externa pelas turbulências que chegam por aqui.

Em grande parte, a crise europeia e americana se deve a seguidos desequilíbrios orçamentários. Não foi por acaso que a maioria dos governos escolhidos para corrigir os rumos foi de linha ideológica afim ao Democratas, partidários da responsabilidade fiscal.

O exemplo mais claro é o PP Espanhol. Também não é a toa que o país economicamente mais estável e forte da Europa é a Alemanha, governada pela União Democrata Cristã, partido também tradicionalmente ligado à sigla brasileira presidida pelo senador José Agripino .

Fonte: Imprensa Democratas

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