quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A triste rotina dos escândalos de Dilma


Como naqueles filmes de terror com sequências intermináveis, as denúncias de corrupção não param no governo Dilma Rousseff. Devido a histórias mal explicadas, já tiveram que abandonar seus cargos os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, dos Transportes, Alfredo Nascimento, do Turismo, Pedro Novais, da Agricultura, Wagner Rossi, e do Esporte, Orlando Silva.


Agora, o script se repete pela sexta vez. Os mesmos esquemas. As mesmas negociatas. Mas com novos personagens. Desta vez, os protagonistas da produção de má qualidade são o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), seus assessores e, novamente, algumas ONGs acusadas de receber vultosos recursos por meio de pagamento de propinas e sem a contrapartida devida à sociedade.


Novamente, as denúncias partiram da revista Veja. De acordo com a reportagem, auxiliares de Lupi cobravam propinas para liberar os repasses para ONGs. A matéria foi tão contundente que um dos acusados foi demitido imediatamente após a veiculação da notícia.


Como no caso dos episódios anteriores, as denúncias envolvendo as ONGs se multiplicaram na pasta de Lupi. Muitas irregularidades já haviam sido detectadas por órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU). O Ministério do Trabalho teria engavetado nada menos do que 500 prestações de contas de ONGs.


O escândalo envolve cifras próximas a R$ 500 milhões de dinheiro sem fiscalização.


Alguns exemplos: Alunos de programas de qualificação recebiam lanches estragados de uma das entidades sustentadas pelo Ministério do Trabalho. Em Sergipe, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar 20 ONGs ligadas à pasta.


Como nos escândalos do PC do B no Esporte, também não falta nesse novo episódio, o clássico caso da ONG presidida por dirigente partidário que viu sua conta bancária se multiplicar em poucos anos.


Repetindo o script de todos os que caíram, o ministro anunciou que fica. Mas a retórica mudou. Sai o “indestrutível” de Orlando Silva e entra o “sou duro de roer” de Lupi e também a mais surpreendente frase: “Duvido que a Dilma me tire, ela me conhece muito bem. Para me tirar só abatido a bala - e precisa ser bala forte porque eu sou pesadão".


No caso desse mais novo escândalo, registre-se a atitude digna de alguns integrantes do PDT que, respeitando o princípio de que todos são inocentes até que se prove a culpa, apoiaram e até mesmo estimularam investigações contra o ministro.


Até então, o roteiro dos envolvidos se repetia em acusar os meios de comunicação – a repetida farsa de culpar o termômetro pela febre. Parte do PDT, pelo menos, agiu diferente. Oficialmente, entretanto, o PDT, presidido por Lupi, continua do lado do ministro e chegou a divulgar nota para apóiá-lo. Uma outra ala do partido ameaça abandonar o governo caso o ministro seja demitido.

O Democratas, na sua função de oposição responsável e fiscalizadora, tem feito a sua parte nessa onda de escândalos. Pediu, por exemplo, o impeachment do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, por uma série de irregularidades cometidas quando era comandante da pasta do Esporte. O anúncio do impeachment foi feito pelo líder Demóstenes Torres, no Plenário do Senado. Assista ao pronunciamento do senador: http://migre.me/63MvX


Ontem, saíram mais denúncias contra o governador do DF. Em gravação, um lobista o acusa de ter recebido propinas, até mesmo em sua residência.


Todos esses episódios mostram que a corrupção no atual governo não é apenas de casos isolados. Trata-se de uma infecção generalizada de desvios, herdada do governo anterior e, talvez, conveniente para a manutenção da atual estrutura de poder.


Fonte: Imprensa Democratas


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