Não passou despercebida a bilateralidade do tema escolhido pelo deputado federal ACM Neto (DEM) para iniciar sua reinserção na discussão sobre a sucessão municipal em Salvador.
Embora ressalve que não há cidade no mundo que tenha resolvido o problema da violência sem o envolvimento efetivo do governo municipal, ACM Neto não esqueceu de lembrar que o assunto é, em essência, da alçada do governo do Estado.
Daí que ter escolhido como ponto de partida uma questão que é, por definição, da responsabilidade estadual, acaba colocando-o, ao mesmo tempo, em dois momentos do próximo cenário eleitoral:
Um mais perto, de 2012, relativo à disputa pela Prefeitura de Salvador, e outro, muito mais distante, mas com relação ao qual tudo que se refere ao ano que vem naturalmente se atrela, o de 2014.
Mais um elemento, entre vários, a apontar que, se, de fato, as oposições alcançarem a unidade em Salvador, o que significa que entre os três nomes colocados até agora – estão também no páreo Mário Kertész (PMDB) e Antonio Imbassahy (DEM) – dois terão que deixar a disputa, Neto, apesar de ser o líder nas pesquisas, pode figurar entre os desistentes.
Neste caso, em uma questão de tempo, o democrata abriria mão de concorrer à sucessão do prefeito João Henrique (PP) com o compromisso do PMDB e do PSDB de o apoiarem para a sucessão de Jaques Wagner (PT), em 2014.
Por enquanto, trata-se apenas de especulação, mas que Neto de alguma forma estimula quando busca se apropriar, muito oportunamente, da discussão sobre a violência, que tem deixado todos, sem distinção, na Bahia, apavorados.
No mais, o que seu grupo aguarda é que a campanha “Salvador pede paz”, muito bem bolada pelo democrata, e que já começou a ganhar as ruas em outdoors, tenha mais impacto que o esperado, já que contra ela ninguém, de sã consciência, pode ficar.
Fonte: Política Livre
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