terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O realismo soviético-brasileiro



Que o Brasil avançou na última década, restam poucas dúvidas. O desemprego se mantém em uma taxa razoavelmente baixa, a renda e o consumo têm crescido constantemente e os índices de miséria continuam em diminuição.  

Com esses dados em mãos, o Partido dos Trabalhadores poderia ter apresentado à nação uma análise mais equilibrada de seus dez anos de poder.

Mas o PT não conseguiu se manter nos rígidos limites da honestidade intelectual. Em uma cartilha apresentada em um bizarro estilo stalinista, preferiram mistificar, inventar e, no limite, utilizar a mentira como arma política.

Ao invés de comemorar uma década à frente do Planalto com uma agenda positiva, o PT resolveu atacar a gestão anterior. Um partido político com três êxitos seguidos nas eleições presidenciais não consegue superar o ranço autoritário e a ojeriza às críticas.

A sorte do Brasil é que por aqui existem imprensa livre e partidos de oposição, ao contrário de Cuba. No dia seguinte após a divulgação da apostila, já era possível conhecer a maioria de suas distorções do documento petista.

Por exemplo, em comparação com os vizinhos, a era FH foi mais eficiente que o período PT. Entre 1995 e 2002, o Brasil cresceu mais do que os países da América Latina e da América do Sul.

Nesse período, o crescimento do PIB per capta da América Latina foi de 0,7%. Na América do Sul foi de – 0,2%. Negativos! Mas no Brasil houve um avanço de 1%.

Já em toda a era PT, entre 2003 e 2012, a média de crescimento do PIB da América Latina foi de 4,3% e a do Brasil de 3,6%.

Durante o petismo, período de pujança para os países exportadores de matéria prima, fomos lanterninha no crescimento entre os colegas de economia semelhante.

Faltou também o PT dizer em sua cartilha que a queda do desemprego de 10,5% para 4,6% se deveu em grande parte à manutenção da essência da política macroeconômica do governo anterior, baseada em estabilidade monetária.

A cartilha chega a dizer que a desigualdade só passou a diminuir a partir de 2003. Esquece que o processo remonta no mínimo a 1994, ano do Plano Real. Além disso, a cartilha parece ignorar que a inflação caiu exatamente devido ao Plano Real.

O texto está em linha com as palavras arrogantes da presidente Dilma, que afirmou que os petistas não herdaram o Brasil, construíram o Brasil.

Não se fala em nenhum momento na cartilha que os programas sociais foram originados na era PSDB/DEM. Logo após tomar posse, em 2003, o ex-presidente Lula mandou arquivar o programa Fome Zero, do PT, e preferiu expandir e mudar o nome das ações já existentes.

Ao fazer apologia da era petista, a cartilha petista também deveria ter lançado luz sobre como anda o governo da presidente Dilma Rousseff. Como preferiu olhar para trás, algumas informações:

O crescimento percapta do Brasil em 2012 será de 0%, de acordo com as projeções do PIB.

Com relação ao IDH, estamos estacionados em comparação ao mundo em um nada honroso 84º lugar.

E as promessas da Dilma? Um verdadeiro fiasco conforme levantamento do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), do Democratas sobre o orçamento de 2012.

·         O programa de inclusão digital, promessa de Dilma, recebeu apenas 33,7% dos 58 milhões previstos no orçamento.
·         Os programas do Pronaf só receberam 17,8% da previsão orçamentária.
·         A conhecida promessa de criar 6 mil creches só recebeu R$ 692 milhões dos 2,4 bilhões prometidos para 2012 (28,3%).
·         Com relação à transposição do rio São Francisco, um vexame conhecido. Foram liberados R$ 318 milhões de uma previsão de R$ 1,85 bilhão, ou o equivalente a 17,2%.
·         A previsão era gastar R$ 942 milhões na construção de 8,6 milhões de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 2012. O gasto foi de 110,3 milhões (11%).
·         A construção de 500 unidades de pronto atendimento UPA recebeu R$ 34 milhões de uma previsão de R$ 490 milhões. Pífios 6%.
·         Já os 2.883 postos de Polícia Comunitária não receberam nenhum Real dos 9,5 milhões previstos.

Difícil dizer que um governo sem capacidade de gastar o dinheiro que tem seja administrado.

Os dados estão aí para se contrapor a um governo que só tem uma maneira de se comunicar: na linguagem publicitária e no discurso de divisão do País.

Fonte: Imprensa Democratas


Um comentário:

  1. 2014 vem aí! Eu só quero ver se desta vez os brasileiros vão preferir crer nas ilusões petistas.

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