segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O mundo se move. O Brasil fica para trás



Estados Unidos e os 27 países da União Europeia deram início às negociações para criar uma gigantesca área de livre comércio no hemisfério norte.

Caso seja efetivado, o acordo iria abranger transações comerciais que superam US$ 2 bilhões por dia. Só de remoção de impostos, os valores somariam US$ 180 bilhões anuais.  

É uma ideia que aposta na abertura de fronteiras como ferramenta para a retomada do desenvolvimento econômico dessas nações do hemisfério norte.

Mas o que essa tentativa de pacto entre gigantes tem a ver como Brasil? Muita coisa.

Na prática, nos últimos 20 anos, o país só conseguiu fechar três acordos de livre comércio, com Israel, Palestina e Egito. As conversações para a criação de uma área de livre comércio nas Américas, iniciadas no governo FHC, foram arquivadas na gestão PT. Enquanto isso, no resto do mundo houve outros 543 acordos laterais e regionais.

Tais acordos significam maiores facilidades para a circulação de mercadorias e serviços. Costumam ter como consequência aumento do Produto Interno Bruto e mesmo da qualidade de vida das populações envolvidas.

Mais atentos ao que ocorre no mundo, países como o Chile fecharam 21 acordos comerciais nos últimos anos, o México, 13, o Peru, 12, e a Colômbia 11. No caso da América do Sul, em boa parte embalados pelos tratados, Peru, Chile e Colômbia cresceram em média 5% em 2012. No Brasil ficamos com 1% de crescimento.

Mas enquanto o mundo e nossos vizinhos se mexiam e fechavam pactos, nossa diplomacia estava mais preocupada em cumprir agendas ideológicas incluindo apoiar veladamente regimes antiamericanos como os do Irã e da Venezuela.

Outra prioridade brasileira foi reforçar as relações sul-sul com a África. Do ponto de vista humanitário, talvez algo defensável. Mas na prática, a movimentação do nosso governo tem servido para justificar ditaduras sanguinárias.

A próxima viagem da presidente Dilma, para Guiné Equatorial, é emblemática nesse sentido. O presidente Obiang Nguema Mbasogo, está há 34 anos no poder. Segundo a ONG Human Rights Watch, Mbasogo é um dos líderes mais corruptos do mundo. O país é conhecido como “Auschwitz da África”.

Ao invés de buscar tratados comerciais pelo mundo, outra obsessão do governo brasileiro tem sido defender a já caquética ditadura cubana. Integrantes do Palácio do Planalto estiveram diretamente envolvidos com a tentativa de desmoralizar a dissidente Yoani Sanchez, em visita ao Brasil.

Mas, enquanto o Brasil cochila, países como a China acabaram por avançar sobre a nossa proporcionalmente pequena fatia de vendas para nações ricas.

Entre 2004 até o final de 2011, por exemplo, nossas exportações para os americanos subiram de US$ 20,4 bilhões para US$ 25,9 bilhões. Ou seja, dos US$ 2,2 trilhões que os EUA importaram no ano passado, fomos responsáveis apenas por US$ 26 bilhões - pífios 1,18%.

As exportações da China para os EUA subiram de US$ 100 bilhões para US$ 399 bilhões em 2011. É mais de 15 vezes maior do que as vendas do Brasil aos americanos. Com mais pragmatismo e menos ideologia, a China tomou um lugar que poderia ser nosso.

“O governo brasileiro parou no tempo. Recusa-se a entabular negociações bilaterais de livre comércio. Enterrou o projeto da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), não consegue evoluir no projeto de liberação do comércio entre Mercosul e União Europeia e só anda para trás nas relações comerciais dentro do Mercosul, onde, em vez de diminuir, as travas só aumentam”, afirma o colunista do Estado de S. Paulo, Celso Ming.

O Democratas é, historicamente, o único partido brasileiro a defender claramente posições como as que estão sendo tomadas por EUA e a União Europeia.

Está na hora de pegar essa bandeira de abertura de fronteiras e diminuição de impostos e ajudar a implantá-la no Brasil.

Fonte: Imprensa Democratas 

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