terça-feira, 13 de novembro de 2012

Para jornais internacionais, prisão de José Dirceu é 'divisor de águas'



A condenação a 10 anos e 10 meses de prisão de José Dirceu pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na segunda-feira (12) foi destaque na imprensa internacional. Além de Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-presidente do partido José Genoino, também foram condenados por corrupção ativa e formação de quadrilha. Os três formam o "núcleo político" do mensalão, segundo a denúncia.

Para o "The New York Times", a condenação de Dirceu, "uma das figuras mais importantes no governo do PT", causa um "choque" no sistema político brasileiro, e é um "divisor de a águas" num país acostumado a ver a impunidade prevalecer sobre casos de corrupção. O jornal ainda fala que, no Brasil, é "muito raro" políticos passarem muito tempo presos, seja por corrupção ou outros crimes.

O espanhol "El país" fala sobre a condenação do núcleo político e o desentendimento entre o relator Joaquim Barbosa e o revisor Ricardo Lewandowski sobre a ordem da decisão das penas. Ontem, Lewandowski se irritou com a mudança de ordem da dosimetria aplicada por Barbosa e deixou a sala. O jornal fala que Dirceu afirma que sua condenação foi "política" e que irá recorrer da condenação internacionalmente.

O periódico francês "Le Monde" registra a condenação do ex-primeiro-ministro do governo Lula, que foi considerado culpado por usar sua posição de liderança tanto no governo, quanto no PT para corromper parlamentares.

O argentino "El Clarín" diz que "quem desejava ver o ex-ministro José Dirceu atrás das grades, provavelmente poderá desfrutar do momento em breve". O jornal diz que a condenação de Dirceu, dirigente histórico do PT, não foi unanimidade no STF. Eles comparam a punição do ex-ministro com a dada a Genoino, que deve cumprir a pena em regime semiaberto, levando uma vida "relativamente normal".

A rede britânica de notícias BBC diz que o julgamento é um "marco" no combate a corrupção no Brasil, e que os brasileiros só irão acreditar que haverá punição para os culpados quando os condenados realmente forem presos.

Fonte: Folha.com.br

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