quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Rumo abaixo na competitividade



Pela mitologia oficial, o Brasil é governado por uma grande gerente. Mas os fatos teimam em mostrar que a propaganda é falsa.

Ontem, por exemplo, o Fórum Econômico Mundial informou que o Brasil passou da 48ª para a 56ª colocação no ranking internacional de competitividade, que reúne 148 países.

Pesaram para a queda na competitividade brasileira fatores como a deterioração da macroeconomia, a falta de infraestrutura básica e o pessimismo dos empresários.
Na prática, o País voltou para a colocação que exibia em 2009 e foi ultrapassado por nações como México, Costa Rica, África do Sul e Portugal, que, apesar da crise europeia, caiu menos que o Brasil.

Corroboram o ranking números que foram divulgados ontem sobre a economia brasileira como a redução de 2% da produção industrial de julho em comparação com junho. Com isso, o indicador acumula crescimento de 2% no ano e de apenas 0,6% nos últimos 12 meses.

A queda setorial que mais afetou a indústria foi a redução de 5,4% na produção de veículos automotores no período. 

Além disso, o saldo comercial dos primeiros oito meses do ano foi bastante negativo: importações maiores do que exportações em US$ 3,8 bilhões, o pior resultado em 18 anos.

O ranking do Fórum Econômico Mundial é o segundo resultado negativo em listas de competitividade para o Brasil neste ano. Em outro levantamento, divulgado em maio pelo International Institute for Management Development (IMD), o País ficou em 51º lugar entre 60.

A Suíça liderou a lista das economias mais competitivas pelo quinto ano consecutivo, seguida por Cingapura e Finlândia. Alemanha e Estados Unidos completam os cinco primeiros postos.

Dos cinco países do Brics, a China (29º lugar) segue líder, seguida pela África do Sul (53º), Brasil (56º), índia (60°) e Rússia (64º). No Brics, somente a Rússia melhorou a posição no ranking, subindo três colocações. O Brasil teve a queda mais brusca, África do Sul e Índia caíram uma posição e a China manteve a mesma colocação.

Na América Latina, o Brasil ficou atrás do Chile que, na 34ª posição lidera o  ranking regional, do Panamá (40º lugar), da Costa Rica (54°) e do México (55º). A Argentina foi o país do Hemisfério Sul que teve a maior queda, de dez posições chegando à posição 104ª. A Venezuela caiu para a posição 134.

Segundo o relatório, Argentina e Venezuela apresentam um quadro crítico em seus fatores institucionais e macroeconômicos.


Enquanto isso, como estão as obras e ações para melhorar a competitividade brasileira? A ferrovia Transnordestina está paralisada com a saída da empresa Oderbrecht do consórcio, a melhoria nas estradas e ferrovias está à espera das concessões à iniciativa privada, as refinarias nunca são inauguradas, as vias para os portos estão congestionadas de caminhões, a reforma tributária não sai do papel, os gastos de custeio não param de aumentar e por aí vai...

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