Pela mitologia oficial, o Brasil é governado por uma grande
gerente. Mas os fatos teimam em mostrar que a propaganda é falsa.
Ontem, por exemplo, o Fórum Econômico Mundial informou que o
Brasil passou da 48ª para a 56ª colocação no ranking internacional de
competitividade, que reúne 148 países.
Pesaram para a queda na competitividade brasileira fatores como a
deterioração da macroeconomia, a falta de infraestrutura básica e o pessimismo
dos empresários.
Na prática, o País voltou para a colocação que exibia em 2009 e
foi ultrapassado por nações como México, Costa Rica, África do Sul e Portugal,
que, apesar da crise europeia, caiu menos que o Brasil.
Corroboram o ranking números que foram divulgados ontem sobre a
economia brasileira como a redução de 2% da produção industrial de julho em
comparação com junho. Com isso, o indicador acumula crescimento de 2% no ano e
de apenas 0,6% nos últimos 12 meses.
A queda setorial que mais afetou a indústria foi a redução de 5,4%
na produção de veículos automotores no período.
Além disso, o saldo comercial dos
primeiros oito meses do ano foi bastante negativo: importações maiores do que
exportações em US$ 3,8 bilhões, o pior resultado em 18 anos.
O ranking do Fórum Econômico Mundial é o segundo resultado
negativo em listas de competitividade para o Brasil neste ano. Em outro
levantamento, divulgado em maio pelo International
Institute for Management Development (IMD),
o País ficou em 51º lugar
entre 60.
A Suíça liderou a lista das economias
mais competitivas pelo quinto ano consecutivo, seguida por Cingapura e
Finlândia. Alemanha e Estados Unidos completam os cinco primeiros postos.
Dos cinco países do Brics, a China (29º
lugar) segue líder, seguida pela África do Sul (53º), Brasil (56º), índia (60°)
e Rússia (64º). No Brics, somente a Rússia melhorou a posição no ranking,
subindo três colocações. O Brasil teve a queda mais brusca, África do Sul e
Índia caíram uma posição e a China manteve a mesma colocação.
Na América Latina, o Brasil ficou atrás
do Chile que, na 34ª posição lidera o ranking regional, do Panamá
(40º lugar), da Costa Rica (54°) e do México (55º). A Argentina foi o país
do Hemisfério Sul que teve a maior queda, de dez posições chegando à posição
104ª. A Venezuela caiu para a posição 134.
Segundo o relatório, Argentina e Venezuela apresentam um
quadro crítico em seus fatores institucionais e macroeconômicos.
Enquanto isso, como estão as obras e
ações para melhorar a competitividade brasileira? A ferrovia Transnordestina
está paralisada com a saída da empresa Oderbrecht do consórcio, a melhoria nas
estradas e ferrovias está à espera das concessões à iniciativa privada, as
refinarias nunca são inauguradas, as vias para os portos estão congestionadas
de caminhões, a reforma tributária não sai do papel, os gastos de custeio não
param de aumentar e por aí vai...
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