quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O buraco industrial



O IBGE anunciou o novo número de ocupação na indústria brasileira: queda de 0,2% em julho.

No acumulado do ano, a queda é de 0,8% e nos últimos doze meses o resultado é de -1,2%.

Em comparação com julho do ano anterior a queda é de 0,8%, o 22o índice negativo consecutivo.

O impacto negativo ocorreu em 12 dos 14 locais pesquisados e em 12 de 18 setores da indústria. Entre os setores que tiveram alta estão fumo (6,8%), borracha e plástico (3,4%), alimentos e bebidas (1,8%), meios de transporte (1,5%), produtos químicos (1,4%), indústrias extrativistas (0,8%) e metalurgia básica (0,2%).

Mas salta aos olhos as quedas em alguns setores:
·      Calçados e couro (-5,5%)
·      Madeira (-5%)
·      Refino de petróleo e álcool (-4,8%)
·      Produtos de indústria de transformação: (-3,6%)
·      Produtos de metal (-3,5%)
·      Têxtil (-4%)

Nos últimos doze anos, a  queda na ocupação foi registrada principalmente no Nordeste (-4,3%), puxada por Pernambuco (-5,3%) e Bahia (-7,4%).

Em um ano, são expressivas as quedas em alguns setores como a indústria de calçados  (-5,5%), refino de petróleo e produção de álcool (-14,4%).

Os números de ocupação da indústria assim como da produção industrial caem há algum tempo. Ao mesmo tempo, os índices de consumo do país continuam em alta, apesar de leve desaceleração. De acordo com o IBGE, o volume de vendas no comércio subiu 5,5% nos últimos anos.

No Brasil o crescimento das vendas no comércio foi de 106% nos últimos dez anos, fruto da política aberta do governo do PT em estimular o consumo em detrimento da competitividade de nossa produção e da infraestrutura. 

O problema é que a nação começa a pagar o preço. Os números da  indústria mostram que nossos produtos, mesmo de qualidade, não conseguem mais fazer frente ao que vem de fora no momento de suprir a demanda do comércio.

E nem mesmo a desvalorização do Real parece compensar tantos impostos, tantas dificuldades para a venda, tanta burocracia. 

Esses números da indústria mostram que a decisão “estratégica” do governo de focar no consumo e esquecer outros setores da economia acabou por asfixiar o país. O resultado a longo prazo, sem correção de rumo, é que fiquemos sem poder consumir e produzir.

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