quarta-feira, 25 de maio de 2011

Petistas enriqueceram após eleição de Lula.



A repercussão do súbito aumento patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, leva o líder do Democratas na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto, a acusar um suspeito padrão de conduta de membros do PT. "Na minha opinião, existe uma coisa muito clara: depois que Lula chegou à Presidência da República, os petistas mudaram completamente o seu estilo de ação, e muitos deles enriqueceram. Isso coincidindo com o período de governo, não é o caso apenas do Palocci", disse o democrata, em entrevista ao Terra Magazine.


O parlamentar baiano evitou se aprofundar sobre a transformação petista que ele detectou, mas citou dois exemplos de peso. "A gente vê todos que passaram a ganhar dinheiro. O ex-ministro Zé Dirceu, o próprio presidente Lula e sua família. O presidente Lula agora, rodando o mundo e o Brasil, dando palestras a peso de ouro a empresas que foram beneficiadas no governo dele. Está evidente. Isso, para não lembrar da época do mensalão", denuncia..


Em relação à nova polêmica de Palocci, ACM Neto é um dos responsáveis por cobrar esclarecimentos. "Estamos dividindo tarefas. No Senado, o líder (do DEM) Demóstenes Torres está coordenando a provocação do Ministério Público para que possa apurar o que gerou esse enriquecimento do ministro Palocci. Aqui na Câmara, já apresentamos um requerimento de convocação tanto do ministro quanto do presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Sepúlveda Pertence. Para que o ministro possa explicar o que deu causa a ele, como homem público, ter multiplicado 20 vezes em quatro anos seu patrimônio".


Os limites entre público e privado são o alvo dos questionamentos democratas. "É claro que ele pode ter atividades privadas. Isso não é ilícito. Agora, é preciso ter transparência na ação dessa atividade privada, para saber o que está por trás disso. Primeiro, qual é, de fato, a atividade que essas empresas de consultoria prestaram e para quem elas prestavam, que empresas contrataram a empresa do ministro Palocci", analisa o líder do DEM.


A apuração do serviço prestado seria dificultada pelo caráter subjetivo que ele pode assumir. "A gente precisa saber se a origem disso é um trabalho da iniciativa privada lícito ou se existe mais do que isso. Aí reside a necessidade de obter mais explicações", afirma ACM Neto. "Numa empresa de consultoria, cabe tudo. É diferente, digamos, de ter uma concessionária de automóveis".


Ministro da Fazenda entre 2003 e 2006, Palocci havia coordenado a vitoriosa campanha eleitoral de Lula. No ano passado, repetiu a função com Dilma Rousseff. "Ele era deputado federal, tinha uma empresa, podia ser sócio cotista de uma empresa. O problema é que todo mundo sabe que o ministro Palocci é uma das pessoas mais influentes deste País desde o primeiro ano do governo Lula. E não perdeu influência em nenhum momento. Mesmo como deputado, manteve essa influência. É preciso saber exatamente que tipo de serviço essa empresa de consultoria prestou. Para saber se as empresas a contrataram por conta dos serviços que ela podia prestar ou se havia outros interesses em jogo", assinala ACM Neto.


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