quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

O mundo ainda não mudou.





Trecho do discurso de Martin Luther King (28/08/1963): "Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade".


Acredito eu, assim como você também pode acreditar, que nem o próprio MLK quando fez o seu famoso discurso “Eu tenho um sonho” acreditaria que 45 anos depois do mesmo, os Estados Unidos teria um presidente negro, Barack Hussein Obama.


Visto por muitos, como um unificador, alguém que consegue transpor a barreira racial, devido à sua história pessoal (mãe branca, pai negro e padrasto asiático), o próprio Obama já comentou no programa da popular apresentadora estadunidense Oprah Winfrey, que jantares de sua família “são sempre uma mini-ONU, com parentes de todas as etnias.” O que me traz de forma inevitável a lembrança de MLK, que nunca lutou pelo fortalecimento da raça negra como um fator de poder em relação à raça branca ou qualquer outra raça, mas sim pela igualdade entre todas as raças, mediante protestos pacíficos e discursos enérgicos sobre a necessidade do fim da desigualdade racial.


O povo negro estadunidense, brasileiro entre outros, com certeza após o dia 04 de novembro de 2008 acordou com suas forçar revigoradas, ao saber que o presidente eleito da maior potencia mundial no sistema Capitalista é negro, fato este que muitos não acreditariam estar vivo para presenciar esse momento. Comemorações foram vista em todos os países, estados, cidades e famílias negras. Um fator importante de valorização e aceitação do povo negro, transformando sonho em realidade e mostrando que é possível sim, a mudança, a transformação no que diz respeito ao preconceito racial.


Contudo não podemos esquecer e nem deixar levar por essa euforia momentânea, o mundo, desculpe! Ele ainda não mudou. O que falar dos conflitos raciais em Ruanda, em Serra Leoa, Quênia, a limitação da participação do negro na mídia, desvalorização profissional, o padrão de beleza, sem falar do racismo “cotidiano” vivenciado pelo povo negro.


No que diz respeito à desigualdade racial, o mundo ainda não mudou, mas deu mais um grande passo. A pergunta é: Quando vamos começar a caminhar?


Veja através do nosso link o discurso de MLK, Eu tenho um sonho.


http://www.portalafro.com.br/religioes/evangelicos/discursoking.htm

Um comentário:

  1. Digo que o mundo não mudou, mas que a História ganhou páginas importantes. Ter Obama no mais alto poder administrativo dos Estados Unidos da América é uma vitória da raça negra. Para ser presidente de qualquer país não requer apenas ser inteligente, mas sim competente. Obama mostrou que tem competência para governar a maior potência mundial, onde apenas 12% da população são de negros. Os EUA, um país com uma história de segregação racial dolorosa, ter um negro no poder, é algo para ser comemorado. É dessa vitória que estou falando. Mas, para falar da vitória de Obama do partido dos Democratas temos que falar do governo Bush, do partido dos Republicanos. A administração de Bush deixou a desejar devido a sua falta de diálogo e arrogância que geraram conflitos graves, fazendo com que a credibilidade do Partido Republicano desmoronasse. O novo presidente dos EUA vem criando expectativas para a população mundial e até mesmo gerou um slogan sugestivo “O mundo mudou”. Agora pergunto: O Brasil mudou? Talvez estejam olhando os negros com um maior respeito, mas, nós queremos muito mais. Os negros ainda passam por discriminações raciais diversas, muitas vezes ocupam o mesmo cargo de um branco e recebem um salário inferior. Os negros na maioria das vezes recebem papéis inferiores nas novelas e quando ganham um personagem que pertença à classe média alta acaba se relacionando apenas com brancos. Hoje, um negro vai ser o personagem principal da novela jovem Malhação. Será que é uma vitória? Vamos ver o desenrolar da história desse negro na novela para vermos se é uma conquista. Tudo que é lançado nos EUA é visto como moda. Obama virou uma moda. Toda moda americana é copiada pelos brasileiros. Mas, um negro na presidência dos EUA não é moda, e sim consciência. Obama é negro, inteligente, têm conhecimentos, estudou e tem competência, isso são vitórias e exemplos, pois, mostra que um negro também pode vencer pela educação e não apenas sendo cantor de pagode, funk ou jogador de futebol. Não estou desmerecendo essas profissões, pois, existem brancos pagodeiros, funkeiros ou jogadores de futebol, mas, temos aqueles brancos que ocupam elevados cargos administrativos e em maiores quantidades que os negros. Acredito que o trecho de Martin Luther King citado no seu texto é um sonho de todas as pessoas humanas e conscientes independente de serem negros ou não.

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