segunda-feira, 21 de março de 2011

Liberalismo Social versus outras tendencias liberais.

O liberalismo social, social liberalismo, novo liberalismo, liberalismo moderno, liberalismo radical, é um desenvolvimento do liberalismo no início do século XX, tal como outras formas de liberalismo, vê a liberdade individual como um objectivo central. A diferença esta no que se define por liberdade, para o liberalismo clássico, liberdade é a inexistência de compulsão e coerção nas relações entre os individuos, já para o liberalismo social a falta de oportunidades de emprego, educação, saúde, etc., podem ser tão prejudiciais para a liberdade como a compulsão e coerção.

Derivado disto, os liberais sociais estão entre os mais fortes defensores dos direitos humanos e das liberdades civis, embora combinando esta vertente com o apoio a uma economia em que o Estado desempenha essencialmente um papel de regulador e de garantidor que todos têm acesso, independentemente da sua capacidade económica, a serviços públicos que asseguram os direitos sociais considerados fundamentais.

A palavra social é utilizada nesta versão do liberalismo com um duplo sentido. Um primeiro como forma de diferenciação dos grupos que defendem correntes do liberalismo como o liberalismo clássico, o neoliberalismo e o libertarianismo. Um segundo como forma de vincar os ideais progressistas ao nível da defesa das liberdades individuais e em oposição às idéias defendidas pelos partidos conservadores.

O Liberalismo Social é uma filosofia política que enfatiza a colaboração mútua através de instituições liberais, em oposição à utilização da força para resolver as controvérsias políticas.
Rejeitando quer a versão pura do capitalismo, quer os elementos revolucionários da escola socialista, o liberalismo social coloca a sua ênfase nas liberdades positivas, tendo como objectivo aumentar as liberdades dos mais pobres e desfavorecidos da sociedade.
As origens do Liberalismo Social:

Nos finais do século XIX e inícios do século XX, em Inglaterra, um grupo de pensadores Inglês, conhecidos como os Novos Liberais considerou que o laissez-faire defendido pelo Liberalismo Clássico não era necessariamente promotor da liberdade individual e que por isso seria necessária alguma intervenção do Estado na vida social, económica e cultural de um país. Os Novos Liberais, que incluíam pensadores como T. H. Green e L. T. Hobhouse, consideravam por isso que a defesa da liberdade individual se deveria centrar na defesa de liberdades positivas, e que as liberdades que idealizavam para todos apenas poderiam ser alcançadas sob as condições económicas e sociais certas. Por forma a alcançar estas condições estavam dispostos a que existisse um Estado social e intervencionista.

Liberalismo Social versus Liberalismo Clássico:

O Liberalismo Clássico acredita que a defesa da liberdade se deve concentrar na defesa das liberdades negativas e consequentemente num Estado laissez-faire. Já o Liberalismo Social vê um papel para o Estado no garantimento de liberdades positivas para o indivíduo. Para o liberal social, a falta de liberdades positivas como oportunidades económicas, educação e saúde podem ser consideradas ameaças à liberdade.

Os Liberais Sociais, consequentemente, defendem uma economia essencialmente de mercado, mas onde o Estado também pode fornecer alguns serviços directamente, garantir o seu fornecimento ou regular a economia. Por exemplo, alguns Liberais Sociais defendem que deve existir uma seguro de saúde universal e obrigatório, com o Estado a pagar um nível de serviço básico aos mais desfavorecidos da sociedade. É também habitual ver-se Liberais Sociais a defender políticas anti-monopólio, a criação de entidades reguladoras ou o estabelecimento de um salário mínimo. Mesmo a acumulação de riqueza por um pequeno grupo de interesse pode ser vista por um liberal social como uma excessiva concentração de poder numa fracção demasiado pequena da sociedade e consequentemente ser considerada uma ameaça à liberdade.

Liberais clássicos como Nozick rejeitam o Liberalismo Social como uma forma pura de liberalismo. Para estes autores o governo não tem qualquer dever de intervir na sociedade para ajudar os mais desfavorecidos pois tal traduz-se em retirar riqueza aos outros sob a forma de imposto. Consideram também que interferir no mercado é destruir a liberdade e fazer isto para dar mais liberdade ao indivíduo constitui uma contradição

Liberalismo Social versus Liberalismo Conservador:

Ambas as formas de Liberalismo partilham as preocupações com a defesa da liberdade individual, mas enquanto o termo Liberalismo Social é adequado para descrever alguns partidos liberais que se situam à esquerda do centro no que toca a questões económicas e suportam um vasto conjunto de direitos democráticos, o Liberalismo Conservador coloca a ênfase na defesa da liberdade económica e tende a situar-se à direita do centro. Por exemplo, partidos liberais conservadores como o Holandês VVD e o Alemão FDP adoptam uma agenda economicamente conservadora, defendendo um Estado mínimo na economia. Alguns autores, como Merquior, defendem que o Liberalismo Conservador se baseia no conceito de liberdade negativa (“onde não existe lei não existe transgressão”), são moralmente pluralistas, defendem o progresso, o individualismo e um Estado controlável pelo cidadão, enquanto os Liberais Sociais se focam na ilegitimidade de um Estado tirânico que controla em demasia a vida dos cidadãos e nas condições sociais que tornam esse governo possível.

Liberalismo Social versus Neoliberalismo:

O Liberalismo Social é muito diferente do termo ambíguo Neoliberalismo, que é frequentemente atribuído aos vários proponentes de mercados livres. A palavra Neoliberalismo tem sido usada para descrever as políticas económicas liberais de Ronald Reagan e Margaret Thatcher. Como um corpo de pensamento, o Neoliberalismo defende posições contrárias a muitas das que são tomadas pelos Liberais Sociais, especialmente no que toca ao desmantelamento das medidas de apoio social.

Liberalismo Social versus Social Democracia:

As grandes diferenças entre o Liberalismo Social e a Social Democracia centram-se essencialmente na relação do Estado com o indivíduo.

Os Liberais Sociais valorizam extremamente as liberdades individuais, considerando a propriedade privada como uma liberdade individual, essencial à felicidade do individuo. Adicionalmente, consideram a Democracia como um instrumento que permite manter uma sociedade onde o indivíduo pode gozar do máximo de liberdade possível. Consequentemente, a democracia e o parlamentarismo são meros sistemas políticos que se legitimam a si mesmos apenas via a liberdade que promovem. Embora considerem que o Estado tem um importante papel no assegurar das liberdades positivas, os Liberais Sociais consideram que o indivíduo é no geral capaz de decidir sobre a sua própria vida e não necessita que o conduzam em direcção à felicidade.

A Social Democracia, por outro lado, tem as suas raízes no Socialismo e defende uma visão mais comunitarista da sociedade. Enquanto os social democratas também defendem a liberdade individual, não acreditam que uma liberdade real possa ser atingida sem se transformar também a natureza do Estado. Tendo rejeitado o Marxismo revolucionário e pretendendo atingir os seus objectivos através do processo democrático, os sociais democratas continuam a ser muito cépticos relativamente ao capitalismo, que defendem necessitar de ser regulado ou gerido, por forma a beneficiar a sociedade como um todo. A sua defesa de uma sociedade mais comunitarista conduz muitas vezes também à defesa de uma sociedade mais igualitária que os Liberais Sociais.

Na prática, contudo, as diferenças entre as duas ideologias podem ser difíceis de se perceber, principalmente na actualidade onde os partidos sociais-democratas se aproximaram mais do centro económico.

Este artigo deriva totalmente de um artigo da Wikipedia.org.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Racismo no carnaval de Salvador


Racismo no carnaval de Salvador infelizmente não é novidade. Há muito tempo o carnaval deixou de ser plural e se transformou na maior festa capitalista a céu aberto do mundo, ou alguém ainda acredita que é festa do povo?

Na realidade há tempos o carnaval vem sendo dividido, ou é impressão minha? Com o surgimento do circuito da Barra o carnaval começou a ser bastante explorado pelas mídias, camarotes, grandes investidores e acabou se transformando no circuito “das elites”, ou no mínimo essa é a intenção.

O que ocorreu com o músico Márcio Vitor é lamentável, mas na verdade o sistema é o grande responsável por este caso de racismo que ocorreu no carnaval de Salvador. Esse caso chamou bastante atenção das mídias, porque aconteceu com um artista baiano, mas quantos casos iguais, ou piores a esses ocorrem durante todo o carnaval?

O que falar do jeito truculento e violento com que a polícia trata nosso povo durante o carnaval, lamentavelmente a violência existe, mas não precisar ser violento nem estar próximo a ela para ser agredido pela polícia, basta ser NEGRO e está no caminho dos mesmos. Infelizmente o negro é sempre suspeito.

Os blocos afros e os Afoxés não são tratados com a grandeza que os mesmos representam, seja pelo horário das suas apresentações, seja pela sua inserção na mídia, estão longe de serem os primeiros da fila.

Vale à pena ressaltar que o racismo tem que ser penalizado de forma dura e não com paliativos, a lei existe, mas não está sendo cumprida. Já passou da hora de darmos um basta nessa situação.
O negro assim como todas as raças merecem respeito.

Eu tenho um sonho que um dia irei me deitar sem ter que lembrar o preconceito sofrido ao longo do dia, que todo preconceito seja eliminado e que eu não tenha que escrever sobre isso outro dia.
Eu tenho esse sonho, eu tenho...